TERCEIRA ONDA, CÁPSULAS E O BUREAU DO CAFÉ

O recente relatório “A Terceira Onda do Consumo de Café” apresentou as novas tendências de consumo da bebida. O trabalho faz parte da divulgação dos resultados obtidos pelo Bureau de Inteligência Competitiva do Café e é o primeiro de uma série a ser publicada ao longo do ano.

Felizmente, existem opiniões variadas em todos os meios e isso é muito bom. Seria improdutivo se não existissem os debates de ideias. Lemos com interesse um artigo da professora Mara Freitas que contesta nossas observações sobre a Terceira Onda. Com o artigo dela percebemos que a discussão sobre o tema pode ser ampliada, em uma positiva troca de ideias que só trará ganhos aos autores e, principalmente, aos leitores.

A Terceira Onda

Um ponto que precisa ser compreendido é que uma tendência não anula a outra e isso é especialmente verdadeiro no agronegócio do café. O café solúvel, por exemplo, pode ser considerado uma forte tendência na Ásia, com diversas fábricas em construção naquele continente. No entanto, ele não vai impedir o explosivo crescimento de cafeterias, principalmente na China e na Índia. As duas tendências convivem e não é diferente com outros nichos. Da mesma forma, o fenômeno Starbucks não faliu as grandes torrefadoras americanas, mas quem investiu na tendência ganhou muito.

O ressurgimento do café coado não significa que essa será a forma predominante de consumo,  muito menos que é a única tendência a ser considerada por Minas Gerais. O relatório não afirma isso em nenhum momento. Ao mesmo tempo em que a Terceira Onda ganha adeptos e cresce, aumentam as vendas de máquinas automáticas e cápsulas de café.

O consumo de café coado é apenas uma das características da Terceira Onda. Essa tendência revela que com a popularização do espresso, vide o grandioso número de cafeterias existentes e as altas vendas de máquinas domésticas, o consumidor passou a buscar métodos alternativos de preparo da bebida. Ele compra design e tecnologia, sim, mas também compra diferenciação.

Quanto mais o café espresso se torna o padrão de consumo nos países desenvolvidos, mais espaço há para os métodos alternativos. Esses métodos ganham espaço justamente por serem diferentes do “padrão espresso”. Além disso, oferecem um toque artesanal que valoriza a bebida, especialmente em tempos de máquinas automáticas, como explicado no relatório.

Como já dissemos, a Terceira Onda não vive apenas de café coado. É um conjunto de mudanças no comportamento dos consumidores que tende a crescer cada vez mais, com impacto até mesmo nas modernas máquinas de café em cápsulas. As mais significativas são a alta qualidade do produto e a valorização da origem. Como consta em nosso texto anterior, a Terceira Onda aproxima definitivamente o café do vinho e, nesse sentido, as indicações geográficas precisam ser incentivadas.

Cápsulas

O fato de ainda não termos publicado relatório dedicado ao tema das cápsulas também não significa que estejamos alheios a ele. Em todas as análises mensais sobre a indústria de café, já publicadas pelo Bureau (Dez. de 2011 a Jun. de 2012), e disponíveis no site, as cápsulas têm grande destaque.

Na verdade, nesse exato o momento o Bureau prepara TRÊS relatórios sobre o tema, já em fase de revisão. O primeiro deve ser publicado já nos próximos dias.

Essa “trilogia” tem como objetivo demonstrar a importância do consumo de café em dose única e, mais do que isso, oferecer informações que auxiliem o governo e o setor privado. Através de estudos de caso, serão apresentadas estratégias que podem ser adaptadas para a realidade mineira.

Bureau

O compromisso do Bureau, levado muito a sério, é contribuir para que Minas Gerais se transforme na melhor e mais dinâmica região produtora de café do mundo. O trabalho é feito com foco no fortalecimento do setor produtivo, da indústria, no fornecimento de informações que fortaleçam o setor de cafeterias e na ampliação do consumo.

Uma consultoria japonesa faria melhor? Não sabemos. Talvez. Mas o que sabemos é que a equipe do Bureau de Inteligência Competitiva do Café está empenhada em mostrar resultados para o setor. Trabalhamos para que esse projeto seja bem sucedido e se torne uma referência no campo da inteligência de mercado.

Contato

O Bureau de Inteligência Competitiva do Café está disponível aos interessados em conhecer melhor as atividades desenvolvidas. Os contatos podem ser feitos por telefone, e-mail, correspondência ou presencialmente (com agendamento de visita).

As atividades do Bureau são desenvolvidas dentro do Centro de Inteligência em Mercados (CIM) da Universidade Federal de Lavras (UFLA).

Endereço: Centro de Inteligência em Mercados, Departamento de Administração e Economia, Bloco I – Campus Universitário. CEP: 37200-000.

Telefone: (35) 3829-1443

E-mail: [email protected]

Por Eduardo Cesar / Elisa Guimarães

* Eduardo César – Coordenador do Projeto Bureau de Inteligência Competitiva do Café | Mestre em Administração pela Universidade Federal de Lavras.

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