Tecnologia e genética impulsionam produção de café em lavouras de RO

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A colheita do café conilon está terminando com um resultado maior nesta safra em Rondônia. Os produtores apostaram numa nova cultivar desenvolvida pela Embrapa. A produtividade dos cafezais surpreendeu.

Foram 20 anos de pesquisa. No campo experimental da Embrapa em Ouro Preto do Oeste, no centro do estado, está o resultado de um trabalho que começou com 153 clones de várias regiões de Rondônia. Quinze foram selecionados até chegar ao BRS Ouro Preto, uma cultivare adaptada às condições da região. O técnico agrícola Gilvan Ferra acompanhou todas as etapas do trabalho.

“Ele tem todas as características de uma variedade boa, como arquitetura de planta, uniformidade de maturação, tamanho do grão e é muito bem adaptada ao nosso clima”, explica Gilvan Ferra, técnico agrícola da Embrapa.

A média de produtividade do café conilon em Rondônia é de 18 sacas por hectare. Com o BRS Ouro Preto e manejo adequado, sem irrigação, ela saltou para 70 sacas por hectare. Com irrigação, pode ultrapassar as cem sacas.

Essa é a nova aposta para incrementar ainda mais o setor em Rondônia. Em dez anos, a produção de café teve baixas e muitos agricultores desistiram da cultura. Mas o cenário mudou.

Em 2014, o estado colheu 1,5 milhão de sacas. Esse ano, deve chegar a quase 1,7 milhão de sacas. O resultado garante Rondônia como o segundo maior produtor de conilon do país, de acordo com a Conab. O estado só perde para o Espírito Santo.

O crescimento não significa aumento de área plantada. Pelo contrário, a área de plantio foi reduzida de 150 mil para 100 mil hectares. Os produtores que decidiram investir no café aprenderam a fazer o plantio de forma condensada, ou seja, plantando um pé mais próximo do outro para aproveitar melhor o espaço. Eles também se renderam a outras tecnologias.

“Antigamente, nós utilizávamos sementes para a producao de mudas. Hoje, nós utilizamos clones. Além do cultivo clonar, nós temos associado também a poda de formação, poda de condução, o manejo da adubação e da irrigação. Todas as técnicas juntas vao nos dar maior produtividade nas lavouras”, diz Marcelo Espíndula, agrônomo da Embrapa.

O agricultor Ademar Schimidt, capixaba que desde menino já lidava com café com o pai, no Espírito Santo, mora em Rondônia desde 1985 e continua com a mesma cultura. Ele foi um dos produtores que optaram pelas tecnologias, orientado pelos agrônomos da Embrapa. “As lavouras antigas estava produzindo de 25 a 30 sacas por hectare. Hoje, nós já estamos alcançando na faixa de 65 sacas por hectare.

Fonte: Globo Rural (Maríndia Moura)

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