Setor Cafeeiro tem momento marcante em Minas Gerais

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Realizado pela primeira vez em Minas Gerais, o Espaço Café Brasil, maior feira de café da América Latina, superou as expectativas, com mais de 12 mil visitantes em quatro dias de evento, o dobro com relação à edição do ano passado. Reunidos em uma dinâmica plataforma de negócios, no Expominas, produtores, expositores e consumidores transformaram Belo Horizonte na capital mundial do café, entre 9 e 12 de setembro.

Atração principal da Semana Internacional do Café, junto com a Reunião de 50 Anos da Organização Internacional do Café (OIC), a feira, criada em 2006, é hoje o mais completo evento do setor cafeeiro e reúne público nacional e internacional, entre produtores, cooperativas, indústrias, profissionais do mercado, representantes de equipamentos e produtos e apreciadores da bebida.

A escolha de Minas Gerais para sediar a feira não foi por acaso. O Estado é o maior produtor da café no Brasil, responsável por 51,4% da safra nacional. De acordo com o diretor e organizador Caio Fontes, a oitava edição do espaço abrigou 110 expositores e 10 eventos paralelos. “Todas as regiões produtoras do Brasil marcaram presença. Recebemos mais de 50 caravanas. Os visitantes puderam conferir as principais novidades, tendências e soluções para o setor”, comemora.

Uma das principais fabricantes de máquinas agrícolas do mundo, incluindo colhedoras de café, a Case IH participou pela primeira vez como expositora e patrocinadora da feira e aprovou a experiência. “Ficamos surpresos com o resultado alcançado e a quantidade de pessoas presentes no local. Havia muitos produtores interessados em melhorar a qualidade do serviço. Fomos muito procurados por visitantes nacionais e internacionais por sermos o único fabricante multinacional de colhedora de café da feira”, diz o gerente de produto da empresa, Everton Sin.

Quem também participou pela primeira vez como expositora foi Nathalia Martins, proprietária da marca de café mineira Campos Altos. Satisfeita com o retorno, ela conta que fez contato com vários países, como China, Líbia, Alemanha, Rússia, Angola e Nicarágua. “É uma boa oportunidade para aumentar as exportações do produto”, ressalta, destacando a importância da comemoração dos 50 anos da OIC durante o evento, que reuniu representantes de 70 países.

Além das exposições, o Espaço Café Brasil também agregou iniciativas de conteúdo e eventos especiais, com o objetivo de apoiar o desenvolvimento e o conhecimento do setor, o que chamou a atenção da mídia nacional e internacional. Destaque na programação foram as competições nacionais de barista (especialistas em preparar bebidas com café) e provadores (cup tasters), que agitaram o público presente.

Também ocorreram 120 palestras e encontros de negócios. Vale ressaltar que os workshops e os seminários contaram com a participação de conceituados profissionais da área de diversos países, que apresentaram conteúdos relevantes sobre campo, certificação, torra, cafeterias, tendências e negócios.

Para o secretário de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa-MG), Elmiro Nascimento, a Semana Internacional do Café foi bem além das expectativas. “O número de expositores e visitantes, os negócios gerados e as medidas discutidas nas reuniões da OIC foram de extrema importância. Ficamos surpreendidos com a força do evento, que foi essencial para mostrar ao restante do País, e especialmente ao mundo, que Minas não é só o maior produtor, mas que também produzimos um café de excelente qualidade.”

Negócios

“Acreditamos que esta edição do Espaço Café Brasil em Minas Gerais tenha movimentado R$ 20 milhões em negócios na feira e R$ 30 milhões indiretamente”, conta o diretor Caio Fontes. Para o gerente de café verde da Nespresso, Guilherme Amado, os números são consequência, entre outras causas, da presença do Sebrae no evento. “Eles ajudaram a fomentar os negócios entre produtores e compradores”, analisa.
Segundo a gerente da Unidade de Agronegócios do Sebrae-MG, Priscilla Magalhães, as rodadas de negócios foram realizadas num formato não muito comum no país, o Direct Trade, que coloca compradores e vendedores em contato direto. “Foi um importante aprendizado”, avaliou, explicando que o produtor brasileiro não está acostumado a negociar dessa maneira. Ela ainda acredita que o evento foi um marco. “Minas contribuiu para o sucesso da feira pela grande presença de produtores, o que não ocorreu na mesma proporção em outras edições.”

Roberto Simões, presidente da Federação da Agricultura do Estado de Minas Gerais (Faemg) e membro da delegação brasileira na OIC, compartilha da mesma opinião. “A feira, realizada pela primeira vez fora de São Paulo, foi um sucesso absoluto. Minas Gerais foi o foco de todas as atenções do mundo da cafeicultura. O principal objetivo da Semana Internacional do Café era divulgar os cafés brasileiros e mineiros e aproveitar a comemoração dos 50 anos da OIC para mostrar as coisas excelentes que nós temos e nosso café de grande qualidade. Conseguimos atingir esse objetivo e superar as expectativas. Agora, esperamos a reação do mercado com as medidas que finalmente serão tomadas após a reunião da OIC.”

Fonte: Agência Minas

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