Serra recebe pedido de cafeicultores na Agrishow 2010
O ex-governador e pré-candidato à Presidência da República pelo PSDB, José Serra disse nesta quinta-feira (29), em Ribeirão Preto, que, se eleito, vai privilegiar a produção e que a agricultura “é a galinha dos ovos de ouro do desenvolvimento do Brasil”. Com a declaração conseguiu o primeiro aplauso de muitos que teria durante o discurso que fez em sua visita à Agrishow – Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação.
Em seu discurso, Serra disse que ia “aproveitar a canja” e apresentou suas propostas para a agricultura. O ex-governador afirmou que vai criar medidas para que as indústrias de máquinas fortaleçam no país e aqui gerem renda. “Há duas formas de perder: com a concorrência desleal de fora e com a desnacionalização das peças, que passam a ser importadas”, afirmou.
Serra também disse que vai incentivar a pesquisa da qual se disse “fanático”, viabilizar o seguro rural “para que o produtor tenha tranquilidade de investir no campo” e vai investir em infraestrutura, sobretudo para o escoamento da produção.
Assédio
Serra entrou na Agrishow pelo portão principal – acompanhado pelo pré-candidato a governador de São Paulo Geraldo Alckmin, deputados e secretários de seu governo – e foi calorosamente recepcionado por visitantes e pessoas que trabalhavam na feira. Ele caminhou pela rua principal até o estande onde deu uma entrevista coletiva. Diferente da ex-ministra da Casa Civil e pré-candidata à presidência pelo PT, Dilma Rousseff, que entrou por um portão lateral próximo ao local das entrevistas, quando esteve na feira no período da manhã.
Durante a caminhada, Serra parou várias vezes para cumprimentar eleitores, tirar fotos e receber presentes no meio da rua, nos estandes e até nas barraquinhas de sorvete e água.
Serra também recebeu muitos pedidos de agricultores que estavam na Agrishow. “Tira essa praga da agricultura”, disse o cafeicultor de Muzambinho (MG), Romero Rondinelli, que disse que a remuneração do produtor não está “sendo digna de estudar um filho”.
Também cafeicultor, mas que também planta milho e feijão em Pedregulho (SP), José Pereira da Silva, pediu mais tempo para o pagamento dos financiamentos. “Preferi pagar 2% ao ano no Mais Alimentos em dez anos do que não pagar nada de juro no Pró-Trator que só tem cinco anos para quitar”, disse.
Outro produtor chegou até o candidato para pedir preço mínimo para o seu produto.
Mau humor
Serra se mostrou bem humorado durante seu passeio na Agrishow, mas o mesmo não aconteceu durante a entrevista coletiva.
O ex-governador se recusou a responder a duas perguntas, uma delas sobre a alta de 0,75% da taxa básica de juros, decidida na reunião do Copom, nesta quarta-feira (28), dentro do contexto da política de juros do governo FHC. Serra afirmou que a pergunta era uma provocação e se negou a responder.
Mais tarde, respondeu sobre a alta afirmando que o Comitê de Política Monetária (Copom) obedeceu a política do governo federal. “O Copom tomou uma decisão, aliás, o governo (federal) tomou uma decisão, porque o Copom é do governo, de subir os juros por causa da ameaça que é real. Esse foi o argumento. Agora o que eu me pergunto é porque, entra governo e sai governo, a gente continua com a maior taxa de juros do mundo”, disse.
A segunda pergunta rejeitada por Serra se referia às críticas que o pré-candidato a governador Aluísio Mercadante fez aos preços dos pedágios das estradas estaduais paulistas, durante sua visita à Agrishow na manhã desta quinta. “Olha, eu tenho tanta coisa para fazer aqui, não poderia haver perda de tempo maior do que comentar qualquer coisa desse personagem”, disparou.
Fonte: EPTV.com