Semana deve ser de atenção com o clima no mercado de café, diz CNC

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A próxima semana deve ser de atenção com o clima no mercado de café do Brasil. O aumento da unidade previsto para a região sudeste entre o final de agosto e início de setembro. É que avalia o Conselho Nacional do Café (CNC), para quem a situação pode ter impactos sobre as floradas para a colheita de 2016.

Com base em informações de meteorologistas, a entidade informa que as previsões são de frentes frias com ocorrência de chuvas, especialmente no sul de Minas Gerais. “Porém, o cenário de retorno das chuvas tende a ser semelhante ao do ano passado, caracterizado por precipitações irregulares e não generalizadas”, diz a entidade, em seu boletim semanal.

Já nesta semana, o mercado voltou a ver depreciação no produto. A cotação internacional do café arábica sofreu os efeitos da alta do dólar e das vendas de contratos por parte de fundos que operam na Bolsa de Nova York, principal plataforma de negociação global da commodity. A sessão da sexta-feira (21/8) encerrou uma semana com três quedas seguidas nos principais contratos negociados.

O vencimento de setembro de 2015 fechou a US$ 1,2190 por libra-peso. Em relação à sexta-feira anterior (14/8), quando a cotação ficou em US$ 1,3750, é uma queda de 11,34%. O contrato de dezembro de 2015 caiu 10,41% em uma semana, de US$ 1,4115 para US$ 1,2645. “O mercado físico nacional foi impactado pelo recuo das cotações futuras nas bolsas externas”, avalia o CNC.

Números do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), com base em São Paulo, reforçam a avaliação. Nesta sexta-feira (21/8), o indicador da instituição para o café arábica fechou cotado a R$ 449,21 a saca de 60 quilos. Desde o dia 14 de agosto, é uma queda de 6,87%. Ainda assim, neste mês, a variação acumulada ainda é positiva, com alta de 3,21%.

Fundos x fundamentos
Para o Escritório Carvalhaes, a queda dos preços nesta semana está associada a “interesses especulativos de curto prazo”. Em boletim semanal de análise de mercado, a empresa destaca que, com o avanço da colheita no Brasil, “já não há mais dúvidas” em relação à quebra de produção, com grãos miúdos e lotes com problemas de aspecto e de bebida. No entanto, a situação parece não ter influência nas decisões dos operadores da bolsa de Nova York.

“A força dos fundos se impõe sobre os fundamentos, distorcendo o cenário e reforçando o pensamento dos que acham que a ICE não é um bom termômetro para os produtores de café. Com a forte queda na ICE, os compradores diminuíram o valor de suas ofertas no mercado físico brasileiro. Os produtores não aceitaram as ofertas mais baixas, paralisando o fechamento de negócios”, avalia a corretora.

Na avaliação da empresa, foi uma semana perdida para os negócios de café no Brasil. De acordo com o relatório, um café cereja descascado com bom preparo variou de R$ 530 a R$ 540 a saca de 60 quilos. Finos e extrafinos de regiões como Minas Gerais e da Mogiana Paulista puderam ser negociados entre R$ 500 e R$ 510 a saca. Já um café de boa qualidade, bebida dura e bom preparo variou de R$ 460 a R$ 480.

Fonte: Redação Globo Rural Raphael Salomão)

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