SCAA 2011: esse é o momento dos Cafés do Brasil
Como em 2011 o Brasil foi escolhido o país tema da feira, os integrantes da cadeia não puderam deixar de aproveitar a oportunidade de mostrar ao restante do mundo a qualidade e exclusividade, e participam da feira em grande massa.
Estão presentes na feira grupos das diversas regiões produtoras brasileiras, a fim de conhecer novas visões de mercado, promover os cafés brasileiros, além de fechar negócios e ficar por dentro das tendências e prospecções do mercado cafeeiro.
O que mais se escuta já nos primeiros dias de evento é: esse é o momento do café. Não houve outro momento em que o mundo esteve com tantas pesquisas sendo desenvolvidas, tantas instituições em ação e se interagindo, e tantos países exportadores e importadores reunidos.
Houston é a terra do petróleo, dos centros médicos mais equipados do mundo e da pesquisa. Segundo representantes, Houston quer se tornar também a terra do café.
Marcos Antônio dos Reis Teixeira, consultor em agronegócios do Sebrae/MG, comenta que a conjuntura atual é muito propícia para a atividade cafeeira. Os preços em alta podem ajudar ou não, visto que com aumento de preços, produtores conseguem melhor remuneração pelo produto comercializado e passam a investir mais na produção. Como consequência, a produção irá crescer no médio e longo prazo, aumentando a oferta do produto, levando à uma possível nova queda de preços.
O vinho foi utilizado como comparativo de que caminho o café está tomando ou pode tomar. No mercado de vinhos foi desenvolvido um sistema em que tudo é medido no cotidiano da fazenda, possibilitando a obtenção de resultados de pesquisas que norteiam as tomadas de decisões.
Marcos Teixeira, que está no evento desde o dia 27 de abril, acredita que a comparação com o vinho se encaixa bem para o café, principalmente quando se diz que hoje encontra-se produção de vinhos excepcionais em áreas que antes dizia-se não ser possível cultivar uvas. "É preciso quebrar paradigmas. Temos que testar, medir, pesquisar", afirma ele.
Uma das formas de trabalhar com as questões apontadas é desenvolver um georreferenciamento, em que se monitora e mede as variáveis das diversas regiões produtoras brasileiras, possibilitando escolher as melhores variedades para dada região, entre outros aspectos e particularidades.
É nessa linha que o governo de Minas Gerais deve iniciar um novo projeto. De acordo com o secretário de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, Elmiro Nascimento, está sendo estudado um projeto junto ao Sebrae/MG para fazer um georreferenciamento das lavouras produtoras de café, a fim de mostrar aos importadores, a qualidade, os sabores, os aromas e outros aspectos específicos de cada área.
O secretário acredita que dessa forma é possível vender o produto com maior valor agregado, produto esse que hoje é o segundo item da pauta de exportação de Minas Gerais, ficando atrás apenas do minério de ferro.
"A secretaria não consegue fazer tudo isso sozinha", acrescenta Elmiro. Ele acredita que a SCAA tem um papel muito importante de aproximar os produtores das diferentes regiões produtoras do Estado, criando assim um elo de afinidade, que deve fortalecer atividade no Estado.
A SCAA continua até o dia 01 de maio, com várias rodadas de negócios, exposições, palestras, campeonatos de baristas, entre outros.
Fonte: CaféPoint