Safra paranaense de café começa 2019 com ‘pé esquerdo’
A área em produção também não mudou: 37,8 mil hectares. O economista do Deral especialista na cultura, Paulo Franzini, salientou que pelo ciclo de bienalidade a expectativa era de uma safra um pouco mais volumosa este ano. “No entanto, fatores como as variações climáticas, as floradas irregulares, a forte elevação nos custos de produção e a queda nos preços recebidos afetaram precocemente este potencial.”
De acordo com o relatório do Deral, as primeiras floradas ocorreram antecipadamente a partir de agosto e se estenderam até a segunda quinzena de dezembro. Este período prolongado entre as floradas resultou em desuniformidade no ciclo dos frutos na mesma planta, atrapalhando não só o manejo fitossanitário correto das lavouras, mas o planejamento da colheita especialmente visando a obtenção de maior volume de café de qualidade superior. “As chuvas abaixo da média e temperaturas mais elevadas registradas nos meses de novembro e dezembro também prejudicaram o “pegamento” das floradas e contribuíram para queda de chumbinhos acima do normal.”
Por fim, o relatório aponta novamente a dificuldade dos cafeicultores em fechar as contas. Os baixos preços recebidos pelos produtores ano passado aliada a elevação dos preços dos insumos faz com que a comercialização nos atuais preços não cubram os custos de produção. “Este cenário e poucas perspectivas de recuperação das cotações no mercado físico a curto prazo, exige que os produtores melhorem cada vez mais a gestão do seu negócio, e tem gerado grande preocupação do setor produtivo em manter a atividade com inovação e tecnologia necessárias.”