Sacas de café recuperadas no Sul de MG são enviadas ao Porto de Santos

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Foram enviadas para o porto de Santos (SP) as sacas de café apreendidas nesta terça-feira (2) em Juruaia (MG) e Muzambinho (MG). A Polícia Civil ainda investiga a participação dos suspeitos no roubo da carga em Monte Belo (MG).

As amostras de café tipo exportação estão na delegacia de Muzambinho, mas as mais de 500 sacas apreendidas foram despachadas de São Sebastião do Paraíso (MG) para Santos. A carga foi roubada na semana passada e segundo o delegado foi feito um rastreamento até elas serem localizadas.

"Nós recebemos a informação, na última sexta-feira, de um roubo acontecido em Monte Belo. A partir daí, como é praxe, pelo menos aqui em Muzambinho e Juruaia, que a gente é responsável, nós passamos a monitorar a movimentação da carga de café. Toda a movimentação de café que entra nos armazéns aqui da cidade e de Juruaia", disse o delegado responsável pelo caso, Adnan Cassiano Grava.

Ainda segundo a polícia, quem havia deixado as sacas nas armazéns eram dois moradores de Muzambinho, um de 28 anos e o pai dele, de 49 anos. Ambos foram detidos na terça-feira, enquanto transportavam a carga. Eles já tinham passagens pela polícia por furto de gado.

Na última semana, um crime parecido ocorreu na região. Uma carga de 21 toneladas que iria para Cingapura foi furtada antes de chegar em Santos. A mercadoria foi encontrada em Machado (MG), mas os suspeitos conseguiram fugir.

"Na própria sexta-feira, no dia do roubo, duas entradas de uma quantidade razoável de café em um armazém em Juruaia, e a partir daí a gente traçou uma linha de investigação. Depois apuramos também que havia outra carga aqui num depósito local, de Muzambinho", comentou Grava.

Por outro lado, o delegado comentou que os donos dos armazéns que receberam o café podem ser responsabilizados por receptação qualificada, cuja pena é de até 8 anos de prisão. Por isso, para evitar transtornos com a polícia e com a Justiça, os donos de armazéns devem exigir que o café que vem da zona rural tenha nota fiscal, já que ela é a garantia que as sacas não foram roubadas ou furtadas.

"Por exercer essa atividade comercial, eles deveriam, têm que ter mais responsabilidade. Enquanto houver gente recebendo produto roubado, ou pelo menos não se importando com a origem, haverá gente roubando, haverá gente furtando", disse o delegado.

Segundo a polícia, armazéns que recebem carga roubada também podem ser responsabilizados (Foto: Reprodução EPTV)

Por isso, um armazém de Muzambinho se previne. Das 150 mil sacas levadas por 1,2 mil fornecedores da região todos os anos, nenhuma chega sem nota fiscal. Nelas, estão informações importantes.

"Contém os dados do emitente, como nome completo, o endereço, o CPF e a respectiva inscrição de produtor rural, onde nós confrontamos ao site da receita estadual vendo se esta inscrição está ativa, para então podermos dar a entrada na devida mercadoria junto ao armazém. Confiança e credibilidade, principalmente nesta área do café, é tudo", disse o gerente administrativo do armazém, Claudinei José Targa.

Ainda segundo a polícia, os suspeitos do furto, pai e filho, foram soltos depois de pagar fiança de R$ 11 mil. Segundo o delegado do caso, os donos dos armazéns em Juruaia e Muzambinho, onde as sacas foram apreendidas, ainda não foram encontrados e serão chamados para depor à polícia.

A Polícia Civil de Machado (MG) também foi procurada para saber o que aconteceu com o dono do depósito onde estavam as sacas roubadas na cidade, mas até esta publicação, não houve retorno com a informação.

Fonte: G1 Sul de Minas e EPTV Sul de Minas

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