ROBUSTA CONTINUA CRESCENDO E PODE AJUDAR O ARÁBICA

A expectativa das declarações de Ben Bernanke deixou ansiosos os investidores durante a semana que se encerrou.

Como o discurso só aconteceu na última sexta-feira, notícias sobre o atraso na aceitação de um pacote de ajuda para a Espanha, junto com desemprego mantido alto na zona do Euro, e um enfraquecimento das vendas na China acabaram pesando e jogando os índices de ações para baixo.

No dia “D” os agentes se animaram com o reforço no discurso de que o Banco Central Americano está considerando um novo pacote de injeção de liquidez.

Agosto foi o terceiro mês consecutivo de alta do S&P e de todos os principais índices de commodities.

Das commodities que compõe a cesta do CRB as que mais subiram foram o suco de laranja, a prata e o cacau. Os três maiores perdedores foram os contratos de suíno, gás natural e açúcar.

O café, que perdeu 5.65% no mês, fechou a semana com ganhos de US$ 2.45 a saca. Em Londres a alta foi de US$ 1.32 a saca, e em São Paulo fechou virtualmente inalterado.

O furacão ISAAC que passou por cidades que tem armazéns com cafés certificados, deu um empurrão aos preços do “C” para eleger alguns stops (ordens de reversão de posições) dos vendidos, mas o mercado não conseguiu dar sequência aos ganhos e origens apareceram para fixar.

O fator dos estoques de café na Europa terem incrementado 246,433 sacas em Junho não ajudou muito os altistas, que também tem notado volumes de exportações crescentes e uma demanda morna.

No lado das exportações tudo índica que o Brasil deve melhorar o ritmo, e ao mesmo tempo o Vietnã segue batendo recordes. O último por sinal deve fechar o ano safra 11/12 com um volume exportado próximo de 27 milhões de sacas, número que provocará novas revisões das estimativas de produção.

Na América Central os produtores se preparam para a colheita, que começará entre 2 e 6 semanas dependendo do país.

Os diferenciais dos cafés suaves por consequência mais uma vez enfraqueceram levemente. Já os arábicas naturais se mantém relativamente firmes, muito embora as ofertas estejam menos tímidas.

Surpresa constante tem sido a firmeza do robusta apesar dos volumes de produção de Vietnã e Brasil. O uso do grão caminha para mais um ano de ganho de market-share, com alguns crendo que pode chegar à 47% já na próxima temporada.

A arbitragem pode seguir dando algum apoio a Nova Iorque, assim como uma recuperação dos preços podem ser provocada pela cobertura de posição dos fundos, que adicionaram ainda mais vendas em suas carteiras tendo agora um novo recorde de 26,741 lotes short.

Oficialmente as férias acabaram nesta semana, e o feriado na segunda-feira dia 3 de setembro marca o fim do período nos Estados Unidos.

O mercado espera que torradores voltem às compras de físico, já que nos futuros têm aproveitado para beliscar nas derrapadas da bolsa.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.

Fonte: Archer Consulting

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