Reunião de lideranças da cafeicultura em Guaxupé

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Na última sexta feira dia 26/09/2014, aconteceu na sede da AMOG (Associação dos Municípios da Baixa Mogiana), uma reunião promovida pelo Conselho Regional do Café composto pelos municípios ligados a esta associação representado por seu presidente Fernando Barbosa da Silva.

Estiveram presentes o Prefeito de Nova Resende e Atual Presidente da Amog Celson José de Oliveira, o Vice Prefeito de Nova Resende Osmar Luiz de Oliveira, o Presidente da Cooxupé Carlos Paulino, o Gerente de Comunicação e Marketing da COOXUPÉ, Jorge Florêncio Ribeiro Neto, representantes da Emater-MG, Eng. Agrônomo Luiz Henrique Brigagão e Nelson Carlos da Silva, entre outros representantes de Sindicatos de Produtores e Trabalhadores Rurais, representantes de empresas e alguns cafeicultores.

Foram debatidos a temas como os efeitos da estiagem e déficit sobre as lavouras, quebra da safra 2013-2014 e estimativa de safra para 2014-2015, em especial foram abordados os reflexos no mercado do café pela divulgação da estimativa de safra da CONAB para o próximo ano, onde por unanimidade os participantes afirmaram que é no mínimo imprudente divulgar os resultados desse levantamento antes sequer da florada nos cafezais e que seria importante que tais dados sejam publicados a partir de dezembro quando uma previsão de safra será mais confiável e não interferiria negativamente nas cotações, pois o que temos observado é que a demanda está diretamente ligada à produção futura.

Quedas na cotação do café na pós colheita afetam muito a rentabilidade dos cafeicultores que necessitam justamente nesta época quitar financiamentos como Pronaf, Funcafé, CPR, entre outros, além de adquirir insumos, adubos e até mesmo fazer novos investimentos, os quais ficam inflacionados devido ao aumento no volume de compras.

Encerrando a reunião foi lido, aprovado e assinado por todos os presentes, um ofício que será entregue aos representantes da Conab com os seguintes dizeres:

‘Conselho Regional do Café dos Municípios Ligados a AMOG

(Associação dos Municípios da Microrregião da Baixa Mogiana) 

OFÍCIO 01/2014



Guaxupé, 26 de Setembro de 2014



A/C: Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)





Prezados Senhores(as),



Oficializamos por meio deste nossa solicitação direcionada a este importantíssimo órgão, para que não sejam divulgados números das pesquisas das estimativas de safra de café realizadas antes do mês de dezembro, pois acreditamos que tais números que tem sido divulgados ultimamente não tem refletido a realidade do atual momento nas lavouras, pois a grande maioria nem sequer floriram. Como a próxima divulgação de estimativa será feita apenas em Janeiro, a divulgação dos números dos levantamentos tem refletido negativamente nas cotações da safra já colhida e consequentemente diminuído a margem de renda dos cafeicultores que justamente nesse período pós colheita, de agosto a dezembro, na maioria das vezes necessitam vender parte da produção para quitar financiamentos, CPR, entre outros, além de fazer aquisição dos insumos que serão necessários para aplicar na lavoura na safra seguinte, com preços em elevação pela maior demanda neste período.

Entendemos que com o mercado globalizado do café a publicação da estimativa de safra não é o único fator que interfere nos preços, no entanto, baseados em conhecimentos práticos e técnicos o ideal seria fazer uma estimativa a partir do momento em que as lavouras estejam em fase de chumbinho, ainda assim uma margem de erro considerável pode ocorrer, em especial com as mudanças climáticas que as regiões produtoras de café vem enfrentando, as quais podem interferir diretamente reduzindo a produção final. Reduções estas, decorrentes de reflexos diretos prejudiciais sobre as plantas como diminuição do pegamento de flores e chumbinhos, má formação e enchimento de grãos e granação desuniforme, aumento de pragas e doenças pela dificuldade de se fazer os tratos culturais, adubações e aplicação de defensivos. Tendo em vista todas as variáveis que exercem influência sobre a safra de café, até que provem o contrário, não vemos um benefício real da publicação da estimativa da safra de café do Brasil para o próximo ano antes mesmo da floração, neste momento de déficit hídrico intenso, após um período de grande estiagem no início do ano, culminando com as lavouras depauperadas e mal nutridas.

Gostaríamos que a Conab e seus técnicos fizessem uma estimativa de safra que desse aos produtores a certeza de que representa a realidade no campo e de preferência por município e não uma média de produções anteriores, pois até onde sabemos dos órgãos que atuam na cafeicultura regional, como cooperativas, empresas de assistência técnica, entre outros não foram consultados. Isso traz para os produtores uma série de incertezas quanto a legitimidade e representatividade dos números divulgados. Por outro lado os números que são publicados pela Conab tem grande influência no mercado internacional e justamente por isso esperamos que os métodos atuais de levantamento de dados e principalmente a época de publicação destes, não seja mais um fator prejudicial aos cafeicultores, que já a vários anos têm enfrentado crises e lutado dia dia contra inúmeros problemas para permanecer na atividade, sendo o maior deles o baixo preço pago pelo café, e juntando-se a isso os fatores climáticos adversos tornando ainda mais difícil a tarefa de se produzir café, refletindo na economia de municípios que tem na cafeicultura sua maior fonte de renda.



Agradecemos pela compreensão e permanecemos no aguardo de soluções.

*Segue em anexo a lista de assinaturas dos participantes da reunião com este Conselho, que redigiram e aprovaram este ofício.’

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