Renda média do produtor rural aumentou apenas 0,10% em 2018, aponta pesquisa da Ufla

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A renda média do produtor rural do Sul de Minas aumentou 0,10% em 2018 conforme pesquisa desenvolvida pelo Departamento de Gestão Agroindustrial da Universidade Federal de Lavras (DGA/UFLA). A porcentagem é referente ao Índice de Preços Recebido (IPR), que monitora os preços recebidos pelos produtos comercializados pelos produtores rurais.

“Todas as 72 commodities ponderadas, analisadas, do início de janeiro a dezembro, praticamente não teve variação. Você tem 72 produtos, que são café, milho, tomate, cebola, todos os produtos plantados no Sul de Minas”, explica o professor responsável pela pesquisa da Ufla, Renato Fontes.

Ainda conforme a pesquisa, o Índice de Preços Pagos (IPP), que calcula os preços dos insumos para a produção agropecuária, demonstrou aumento médio de 2,78% durante o ano.

“É uma situação negativa, porque ele já vem de uma perda de renda do ano de 2017, houve uma elevação do preço dos insumos dele de uma maneira geral e também você teve uma situação de inflação no período, de 3,78% o IPCA. É uma situação ruim para a agricultura, que ela vem enfrentando no Sul de Minas, uma estabilização de renda, mas a nível baixo, então ele perdeu renda”, diz o professor.

Produtos que mais remuneraram no ano

De acordo com o levantamento da Ufla, o ano de 2018 foi positivo para os preços dos grupos leite, frutas, hortaliças e grãos, com destaque para o feijão, que teve aumento médio de 42,49%. O produto estava cotado no início do ano em R$ 95,62 e em dezembro, a saca de 60 Kg já estava cotada em R$ 136,25.

O leite se valorizou em média 12,85% durante o ano. Já os destaques na valorização de preço dos horti-fruti foram a maçã, a pera e a uva, com elevações médias de preço na ordem de 48,45%. O pimentão, com 62%; couve flor com 132% e o tomate, com 38%, foram os destaques das hortaliças.

Dentre os grupos pesquisados dos produtos agrícolas, o que representou maior queda na remuneração ao produtor foi o grupo referido cana, com queda de -24,24% e as carnes em geral, que tiveram uma redução média de 12,21%.

“Quando você divide o índice em sete grupos, você tem uma tendência de que o preço não recue mais, porque ele já está ruim, e com esses preços ruins você vai tendo um desestímulo da produção. De uma maneira geral, você tem uma tendência que melhore preços, mas você vai ter melhoras pontuais, nem em todos esses produtos você vai ter essa melhora, que fica mais atrelada a problemas climáticos, a questões de consumo, aumento da demanda , que pode impactar os preços”, diz Renato Fontes.

Renda do produtor de café caiu 9,5% em 2018 conforme pesquisa da Ufla — Foto: Reprodução/EPTV

Remuneração do café cai 9,5%

O produto mais importante produzido no Sul de Minas e que apresenta o maior peso na ponderação do IPR, o café, apresentou uma queda anual de preço de -9,50%, com preço médio da saca em R$ 440,00 no início do ano, terminando o ano com preço médio em R$ 403,00, afetando negativamente a renda do produtor rural na região.

“O grande problema do Sul de Minas, que você tem o café como principal produto da produção e aí você tem um ciclo que deve permanecer de baixa por um excedente de oferta ainda por um tempo, um ano, dois anos, até que volte a regular. Os outros produtos não, como você tem ciclos mais curtos, as respostas são mais rápidas”, disse o professor responsável pela pesquisa.

Fonte: G1 Sul de Minas

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