Recuo externo pressiona cotações do café arábica no Brasil

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As cotações de arábica no físico brasileiro recuaram com força em fevereiro, pressionadas pela forte desvalorização externa. O Indicador CEPEA/ESALQ do arábica tipo 6 bebida dura para melhor, posto na capital paulista, teve média de R$ 441,31/saca de 60 kg em fevereiro, queda de 9% em relação à de janeiro. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os vencimentos em fevereiro foi de 210,50 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 6,8% em relação à média de janeiro. A moeda norte-americana apresentou média de R$ 1,717 em fevereiro, frente a R$ 1,788 em janeiro.

Após fortes e sucessivas altas, café passa a recuar
No correr da temporada 2010/11, os preços do arábica no físico brasileiro subiram expressivamente, acompanhando o avanço das cotações internacionais. O impulso foi dado pela combinação de oferta restrita e demanda firme. De novembro de 2010 a dezembro de 2011, as médias mensais acumularam altas em praticamente todos os meses. Porém, diferente do reajuste expressivo em fevereiro/11, no mesmo mês deste ano, as cotações perderam sustentação – mas ainda se mantiveram em
patamar elevado.

Na segunda quinzena de fevereiro,principalmente, os preços do arábica no Brasil tiveram forte desvalorização. Esse movimento no físico brasileiro esteve atrelado, principalmente, aos recuos externos. Na Bolsa de Nova York (ICE Futures), a média de todos os vencimentos baixou 6,8% quando comparada à média de janeiro e 19,4% em relação a fevereiro/11. Os motivos para tal recuo vêm da conjuntura econômica mundial, que tem influenciado as commodities em geral.

Neste cenário de incertezas, especuladores e investidores optam por trabalhar com ativos ais seguros, como o dólar, que se valorizou frente a outras moedas enquanto outros ativos caíam. Além disso, fatores técnicos e liquidação de posição por especuladores também influenciaram no cenário baixista. No campo dos fundamentos do mercado cafeeiro, exportações recordes também explicam as recentes quedas internacionais. O elevado volume embarcado possibilitou, de certa forma, suprir a demanda de importantes consumidores, como Estados Unidos, Canadá, Europa e Japão.

Dados da Organização Internacional do Café mostram que, em 2011, os embarques de todas as formas de café totalizaram mais de 103,6 milhões de sacas de 60 kg, volume 7% superior ao de 2010, quando foram exportadas cerca de 96,8 milhões de sacas. No entanto, o cenário futuro sinaliza oferta apertada e demanda firme. A OIC, no relatório de fevereiro, reduziu sua estimativa de produção mundial para 2011/12 em 4,3% quando comparada à de 2010/11, limitando-a a 128,5 milhões de sacas. Ao mesmo tempo, as projeções sinalizam que o consumo deve continuar crescente.

Fonte: Cepea

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