Recompras são registradas e café volta a subir na ICE Futures

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Os contratos futuros de café arábica negociados na ICE Futures US encerraram esta quinta-feira com altas, em uma movimento de ligeira recuperação, após as intensas perdas das últimas sessões. 

O dia foi de volatilidade apenas relativa, se comparado com as oscilações mais intensas observadas recentemente no mercado do grão. Na primeira parte do dia, a posição para entrega em julho rompeu sem primeiro suporte, situado em 272,00 centavos por libra, o que abriu espaço para algumas novas vendas especulativas. 

No entanto, o potencial baixista não foi tão intenso quanto nos últimos dias e um movimento de recompra se formou acima do patamar psicológico de 270,00 centavos, assim como as indústrias de torrefação efetuaram algumas aquisições, o que possibilitou fazer com que os ganhos fossem retomados. 

O mercado também refletiu a tendência externa, que teve uma recuperação ligeira das commodities, com o índice CRB tendo, ao final do dia, valorização de 0,13%. No encerramento do dia, o julho em Nova Iorque teve alta de 180 pontos com 274,95 centavos, sendo a máxima em 276,80 e a mínima em 270,90 centavos por libra, com o setembro registrando oscilação positiva de 180 pontos, com a libra a 277,75 centavos, sendo a máxima em 279,45 e a mínima em 273,70 centavos por libra. 

Na Euronext/Liffe, em Londres, a posição julho registrou perda de 3 dólares, com 2.511 dólares por tonelada, com o setembro tendo estabilidade em 2.541 dólares por tonelada. De acordo com analistas internacionais, o dia foi caracterizado por uma volatilidade mais modesta que a verificada ao longo de várias sessões anteriores, com o mercado, porém, batendo, na parte da manhã, nos menores patamares desde abril. 

Entretanto, as ações gráficas demonstram que os ganhos nos últimos meses apresentaram um certo esgotamento, neste início de maio, depois de tocar próximo das máximas de 14 anos. Olhando para o gráfico diário de preços, o café tem ostentado uma tendência altista desde agosto do ano passado. 

Mas no começo de 2011 as correções para baixo se tornaram mais fortes, com as altas se tornando mais esparsas. O julho, no dia 3 de maio, teve um rally e chegou próximo das máximas de 14 anos, acompanhado de uma divergência baixista referente a uma média de nove dias do RSI (Índice de Força Relativa).  

Esse indicador comumente é um termômetro do comportamento do mercado e essa "divergência" é observada quando um preço atinge um patamar recorde, mas o indicador de força não "confirma" esse potencial de preço, tendo um encaminhamento próprio. E, assim, desde aquele 3 de maio o café vem sendo pressionado e perdendo parte de seus ganhos recentes. 

Essa mesma ação se revela ainda mais pessimista quando confrontada no gráfico mensal de preços. A semana que se encerrou em 6 de maio teve uma reversão para uma tendência-chave de baixa e, assim, após bater nas máximas, o mercado foi pressionado com força para baixo.

Mesmo com esta semana ainda não tendo sido encerrada, ela se mostra bastante negativa, caracterizada por vendas consideráveis. Paul Hare, vice-presidente executivo do Linn Group apontou que "iniciou-se um movimento de baixa e é possível que tenhamos já atingido o topo", relatou.

Hare sustentou que o mercado está em níveis inferiores ao da semana anterior e também abaixo da média móvel de 40 dias, o que "pode ser um indicativo de que o café está perdendo seu viés bull (altista)", disse. Para o especialista, o nível de 254,05 centavos, alcançado em 8 de abril, é uma posição chave que deve ser observada como um suporte mais considerável e, caso o julho venha a se posicionar abaixo dela pode ser um indicativo de que as baixas devem se confirmar.

Assim, o que se recomendar aos traders? "Liquidar posições compradas, mas aguardando os rallies", complementou. A produção e exportação de café da Colômbia caíram em abril, influenciadas pela continuidade das fortes chuvas que atingem o país e que afetam as lavouras e também o transporte do grão, indicou a Federacafe (Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia).

O país teve uma baixa de 2% em seus embarques, fechando o mês com 574 mil sacas remetidas ao exterior, ao passo que a produção teve uma retração de 19% e somou 532 mil sacas. A produção nos primeiros quatro meses do ano teve crescimento de 22%, com 2,97 milhões de sacas. Para a temporada, a Federação ainda trabalha com uma produção entre 9 e 9,5 milhões de sacas.

As exportações de café do Brasil em maio, até o dia 10, somaram 493.800 sacas, contra 639.979 sacas registradas no mesmo período de abril, informou o Cecafé (Conselho dos Exportadores de Café do Brasil). Os estoques certificados de café na bolsa de Nova Iorque tiveram alta de 4.450 sacas indo para 1.635.355 sacas. O volume negociado no dia na ICE Futures US foi estimado em 18.925 lotes, com as opções tendo 3.587 calls e 7.843 puts.

Tecnicamente, o julho na ICE Futures US tem uma resistência em 276,80, 277,00, 277,50, 278,00, 278,50, 279,00, 279,50, 279,90-280,00, 280,50 e 281,00 centavos de dólar por libra peso, com o suporte em 270,90, 270,50, 270,10-270,00, 269,50, 269,00, 268,50, 268,00, 267,50, 267,00, 266,50 e 266,00 centavos por libra.

Fonte: AgnoCafe

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