Receita cambial com exportação de café soma US$ 5,4 bi até novembro de 2021, diz Cecafé
Segundo o presidente da entidade, Nicolas Rueda, o desempenho positivo da receita reflete um cenário de câmbio forte e os elevados preços internacionais do produto. “Temos vivenciado momentos de volatilidades muito altas no mercado, com as cotações se aproximando de níveis históricos em reais. O preço médio das exportações em 2021, de US$ 148,81 por saca, é o maior desde 2017. Aliado a isso, o dólar permanece fortalecido frente ao real, o que favorece o crescimento da entrada de recursos ao Brasil com as remessas cafeeiras”, explica.
Em relação à queda no volume das exportações, Rueda anota que resulta do impacto da continuidade dos gargalos logísticos no comércio marítimo global e da menor safra colhida pelo Brasil em 2021. “Diante da colheita mais baixa este ano, seguimos convivendo com disputa por contêineres, espaço nos navios, sucessivos cancelamentos de bookings, rolagens de cargas e fretes extremamente altos. Esse cenário preocupa, uma vez que expertos do segmento indicam que se arrastará a 2022, devido ao grande volume dos produtos agrícolas acumulados nos portos do Brasil, o que impactará o desempenho de nossos embarques”, projeta.
De acordo com ele, adicional aos problemas logísticos que “integram o quadro do novo normal”, é importante lembrar que a cadeia produtiva vem fazendo sua transição à safra 2021/22, que é de ciclo baixo e bem inferior à safra recorde passada. “Por tanto, o potencial mesurado através dos volumes de exportação deverá continuar registrando uma tendência negativa, fenômeno completamente normal e esperado em função dos menores volumes de produção”, argumenta.
O presidente do Cecafé pondera, entretanto, que, mesmo diante das dificuldades recentes, é válido destacar a resiliência e a inovação dos exportadores brasileiros de café. “Com a anuência dos importadores em destino, esses profissionais desafiaram a logística clássica baseada no contêiner e buscaram alternativas, como, por exemplo, a modalidade ‘break bulk’. Tudo com o intento de vencer os gargalos derivados da falta de contentores e frequências marítimas”, completa.
ANO SAFRA
Nos cinco primeiros meses da temporada cafeeira 2021/22, o Brasil registra a melhor receita cambial dos últimos cinco anos. O país obteve US$ 2,6 bilhões com o envio de 15,3 milhões de sacas de julho a novembro, desempenho que representa alta de 4,4%, porém recuo de 24,5% em volume.
PRINCIPAIS DESTINOS
No acumulado do ano, o Brasil exportou café para 121 países, com os Estados Unidos permanecendo na liderança do ranking ao adquirirem 7,072 milhões de sacas, volume 2,9% inferior ao aferido entre janeiro e novembro de 2020. Esse montante representou 19,5% dos embarques totais do país até o momento.
A Alemanha, com representatividade de 16,3%, importou 5,917 milhões de sacas (-12,9%) e ocupou o segundo lugar no ranking. Na sequência, vêm Itália, com a compra de 2,614 milhões de sacas (-9%); Bélgica, com 2,454 milhões (-27,6%); e Japão, com a aquisição de 2,241 milhões de sacas (+5,7%). É válido destacar a performance das exportações à Colômbia. O país vizinho importou 1,037 milhão de sacas de janeiro a novembro, o que representou incremento de 39,2% ante 2020 e 2,9% dos embarques brasileiros totais ao longo de 2021.
TIPOS DE CAFÉ
O café arábica foi o mais exportado no acumulado do ano até o momento, com o despacho de 29,219 milhões de sacas ao exterior, o que correspondeu a 80,5% do total. Já a variedade canéfora (robusta + conilon) teve 3,459 milhões de sacas embarcadas, com representatividade de 9,5%. Na sequência, vêm os segmentos do produto solúvel, com 3,569 milhões de sacas (9,9%), e do café torrado e torrado e moí- do, com 41.096 sacas (0,1%).
PORTOS
O complexo marítimo de Santos (SP) é o principal exportador dos cafés do Brasil neste ano, com o envio de 27,730 milhões de sacas entre janeiro e novembro, o que equivale a 76,4% do total. Na sequência, surgem os portos do Rio de Janeiro, que responderam por 16,7% dos embarques ao remeterem 6,074 milhões de sacas, e Vitória (ES), com o envio de 1,015 milhão de sacas ao exterior e representatividade de 2,8%.
O relatório completo das exportações de café em novembro de 2021 está disponível no site do Cecafé: http://www.cecafe.com.br/.
SOBRE O CECAFÉ
Fundado em 1999, o Cecafé representa e promove ativamente o desenvolvimento do setor exportador de café no âmbito nacional e internacional. A entidade oferece suporte às operações do segmento por meio do intercâmbio de inteligência de dados, ações estratégicas e jurídicas, além de projetos de cidadania e responsabilidade socioambiental. Atualmente, possui 121 associados, entre exportadores de café, produtores, associações e cooperativas no Brasil, correspondendo a 96% dos agentes desse mercado no país.
Fonte: Comunicação – Cecafé via CDN Comunicação