Qualidade do café é avaliada por sistema inteligente sem precisar preparar a bebida, diz Embrapa

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A Embrapa Instrumentação, de São Carlos (SP), desenvolveu um sistema de inteligência artificial que analisa a qualidade do café através do pó, sem a necessidade de prepará-lo.

A Associação Brasileira da Indústria do Café (Abic) assinou um contrato de cooperação com a Embrapa para melhorar e multiplicar essa tecnologia entres as empresas que participam do programa de qualidade do café.

Programa reconhece qualidade

O programa de computador analisa e reconhece a qualidade do produto a partir do café que foi torrado e moído.

Um microscópio foi adaptado a uma base escura, que elimina a entrada de luz externa. Ele amplia a imagem do pó e analisa a composição química e física do café, reconhecendo se ele é ou não um café de qualidade.

O sistema faz aquisição de imagens digitais e reconhece a qualidade da bebida, por tanto não é necessário preparar a bebida para avaliar a qualidade global do café.

4 anos analisando amostras

Foram 4 anos ensinando o programa a diferenciar amostras de diferentes cafés. — Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV

O analista da Embrapa Ednaldo José Ferreira coordenou o projeto que recebeu o apoio de um consórcio que reúne 50 instituições ligadas à pesquisa, a maior parte universidades. Foram quatro anos ensinando o programa de computador a diferenciar amostras de diferentes cafés.

“A ideia é que a gente melhore a qualidade do software e a inteligência artificial embutida nele, usando um novo conjunto de amostras que será enviado pela Abic. Esse conjunto deve representar o mapa de produtividade do café no Brasil”, destacou Ferreira.

As pesquisas apontam que o sistema pode ser útil em toda a cadeia produtiva do café.

  • Produtor: vai poder saber se o que ele está colhendo é café gourmet.
  • Setor de prova e classificação: tem no programa uma ferramenta a mais de trabalho.
  • Consumidor: nas cafeterias vai poder ter certeza se está bebendo um café especial.

Profissionais aprovam sistema

Três profissionais de Araraquara aprovaram a novidade — Foto: Reginaldo dos Santos/EPTV

Três profissionais de Araraquara aprovaram a novidade. Júnior Pavão é classificador e degustador profissional. “Assim o produtor não tem necessidade de um degustador, classificador, ele mesmo vai saber que o café dele tem qualidade e ele pode exigir o melhor preço no mercado”, disse.

O barista profissional Fernando Inácio é especialista no preparo de café de alta qualidade. “Esse equipamento nos auxilia a atribuir a qualidade do produto e nos chancela o padrão de qualidade, isso é muito bem-vindo”, destacou.

O empresário José Pavão, que tem uma empresa que vende máquinas para preparo de café, também gostou da novidade. “A tecnologia só vem agregar para que cada dia a gente tenha mais qualidade na mesa do brasileiro. Hoje o brasileiro aprendeu a beber o café, então a cada dia que passa ele vem exigindo mais, o que é bom para nós e bom para quem produz um café com qualidade.”

Aquele tradicional cafezinho, preparado no coador de pano do tempo da vovó ainda é apreciado por muita gente, mas a tecnologia de ponta está cada vez mais avançada para atender a uma parcela de apreciadores de café cada vez mais exigentes.

“Hoje o brasileiro aprendeu a beber o café, então ele vem exigindo mais qualidade. O que é bom para nós e bom para quem produz um café com qualidade”, disse Pavão.

Fonte: G1 São Carlos e Araraquara e EPTV São Carlos

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