Produtores paranaenses de café investem em grãos e manejo adequado para uma lavoura com melhor qualidade

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O amanhecer é uma das melhores horas para sentir o cheirinho de café se espalhar pela casa e também para apreciar a bebida. Mas, o que torna um café de qualidade? Qual é diferença entre bebida mole e bebida dura? Será que o sabor e o aroma mudam com o passar dos anos?

Muito antes de virar bebida é preciso um olhar atencioso no campo. A qualidade do cafezinho que a gente toma depende da variedade cultivada do grão, do manejo correto da lavoura e das condições climáticas para que a planta entregue os melhores frutos.

O produtor, que também é degustador profissional, Francisco Barbosa Lima, explica que o fruto não pode ser verde ou escuro demais.

O Paraná que já foi maior produtor de café do país, chegou a colher 18 milhões de sacas em 1962, atualmente colhe um milhão por ano, sendo que cerca de 15% disso é para produzir café especial.

No centro de pesquisa em qualidade do café, no Iapar em Londrina, há sementes que passaram pelo processo de secagem e armazenamento adequados, não tomaram chuva, não tiveram contato com o chão e foram estocadas em local bem ventilado.

E quando está tudo certo com as sementes, logo depois vem a torra. Dnilson Fantin, técnico do programa Café do Iapar, explica que a etapa da torra é essencial para definir o sabor e o aroma do café.

“Quando a gente torra um café de qualidade ele vai sofrendo alterações químicas com a temperatura do torrador e a gente vai acompanhando essas alterações”, detalhou.

O tempo da torra influencia no sabor. O café de torra média tem cor de chocolate e produz uma bebida mais adocicada, típica dos café especiais. Enquanto no café extra forte o grão fica escuro e a bebida mais amarga. O método de preparar o café é outra ‘aula’.

Programa do Iapar pesquisa os melhores grãos e métodos para a produção de café com qualidade — Foto: Reprodução/RPC

Concurso

O Paulo Sérgio Franzini, analista do Departamento de Economia Rural da Secretaria da Agricultura, confirma que o setor caminha para aumentar as boas práticas de produção. Há inclusive um concurso de café especiais que este ano vai para sua 18ª edição.

“As inscrições vão até o dia 2 de outubro, todos os produtores podem participar com uma amostra na categoria café natural e na categoria café cereja descascado. Esse café tem que ter padrão mínimo de qualidade”, disse.

Este concurso, segundo o analista do Deral, estabelece padrões de qualidade e acaba sendo uma ferramenta importante na capacitação de produtores e técnicos.

Os cafés chamados ‘especiais’ passaram a ocupar um lugar cada vez maior no mercado, nas lavouras e na preferência do consumidor.

“A gente costuma falar que café não é só café, principalmente agora que o mundo tá buscando qualidade e nós estamos fazendo de tudo para oferecer essa qualidade para o mundo. O Paraná foi conhecido por ser o maior produtor de café. Hoje nós não somos mais o maior, mas temos que ser o ‘melhor'”, finalizou.

Fonte: RPC e programa Caminhos do Campo