Produtores de café do ES defendem retomada da negociação do conilon na B3

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O setor produtivo e o governo do Espírito Santo, Estado que lidera a produção de café conilon no Brasil, estão negociando com a B3, antiga BM&FBovespa, a retomada da negociação dos contratos de café da variedade, o que não acontece há cerca de 30 anos.

De acordo com o secretário da Agricultura, Octaciano Gomes de Souza Neto, um ofício foi encaminhado na semana passada ao Conselho Nacional do Café (CNC) pedindo apoio na consolidação do projeto. “A solicitação está baseada na convicção de que o Estado possui expertise nas áreas produtivas e qualidade na produção de café conilon, mas ainda falta expertise de mercado”, disse o secretário em nota. Atualmente, a referência de preços futuros para o mercado de conilon, também conhecido como robusta, é a Bolsa de Londres (ICE Futures Europe).

Para o gerente de agroecologia e produção vegetal da Secretaria de Agricultura capixaba, Marcus Magalhães (Foto: Arquivo pessoal), a retomada da negociação dos contratos de robusta na B3 traria mais oportunidades para quem opera no mercado de café, como já acontece na soja, milho, boi gordo e café arábica. “Queremos dar aos produtores de café conilon a chance de acessar um mecanismo de proteção de preço utilizado globalmente”, disse ele no mesmo comunicado.

Magalhães acrescentou que um plano será elaborado junto à B3 para mapear o potencial do negócio e estudar a viabilidade da reabertura dos contratos futuros.

A fonte lembra que o mercado futuro pode ser utilizado como proteção considerando os riscos da atividade agrícola, como clima, volatilidade de preços e oscilação de demanda e oferta. “O contrato futuro tem como objetivo ser uma ferramenta de gestão do risco. Abrir esse mercado dará ao produtor a possibilidade de enxergar o futuro do mercado, permitindo que ele se programe estrategicamente”, acrescentou Magalhães.

Presidente do CCCV, Jorge Nicchio, disse que a bolsa é um parâmetro para o cafeicultor negociar seu produto e uma garantia de preço (Foto: Guilherme Ferrari/Gazeta Online)

O presidente do Centro do Comércio de Café de Vitória (CCCV), Jorge Nicchio, afirmou que a bolsa é um parâmetro para o cafeicultor negociar seu produto e uma garantia de preço. “Somos o segundo país maior produtor de conilon do mundo e também o segundo maior consumidor de café do mundo. O conilon ocupava cerca de 25% do mercado de café em meados de 1980, e a previsão é que até 2020 esse número chegue a 45%, ou seja, ele possui um destaque muito maior do que há 30 anos”, avaliou.

Fonte: Estadão Conteúdo via IstoÉ Online

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