Produtores de café da América Central diversificam fontes de renda

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Produtores de café na América Central estão usando os lucros obtidos nesta temporada, diante dos preços elevados do café, para diversificar suas fontes de renda. Eles estão cultivando outras plantas e realizando passeios turísticos ligados ao café. O objetivo é se prevenir contra uma eventual virada do mercado. "Uma das lições que aprendemos em 2000, quando os preços do café recuaram, é a de que você precisa ter outras fontes de renda", afirmou a diretora de comunicações da Associação de Café da Guatemala (Anacafé), Nancy Mendez.

Autoridades do setor acreditam que esta nova estratégia vai evitar uma migração dos produtores de café para outras culturas quando os preços caírem novamente e pode servir de apoio para que continuem cuidando adequadamente das plantações. Enquanto os cafeicultores substituem pés antigos e pouco produtivos por outros mais novos, também podem cultivar outras plantas que servem como sombra para os cafeeiros, como bananeiras e abacateiros, por exemplo.

O produtor Rafael Ventura, de Fraijanes, na Guatemala, costuma colher cerca de 800 sacas de 60 kg de café por safra. Ele disse que, além de plantar novas safras, recentemente começou a alugar partes de suas plantações para famílias e turistas que querem se casar ou realizar festas em um ambiente cenográfico. Ventura também está prestes a transformar uma das casas da fazenda em uma pousada para receber turistas que queiram aprender sobre café. Desse modo, obtém uma renda extra.

Programas semelhantes de turismo vêm sendo realizados no México e na Costa Rica. "O setor de café daqui não é muito conhecido ainda entre os turistas, mas queremos promovê-lo", comentou Ventura. Produtores em Honduras afirmam que começaram a cobrar para que turistas ajudem na colheita.

"Queremos ver se aproveitamos esse trabalho manual", admitiu o especialista em café contratado pelo Instituto Hondurenho de Café (Ihcafé) para aconselhar os produtores sobre aumento de produtividade, Carlos Lara.

Juan Angel Welchez, proprietário da fazenda de café Finca Santa Isabel, em Honduras, busca pessoas em hotéis nas Ruínas Copan, uma das principais atrações turísticas do país, e cobra delas para que façam um passeio em sua plantação. O panfleto que divulga a atração diz: "Sob as árvores majestosas, observaremos parte das 85 espécies de aves, muitas borboletas, ervas medicinais e animais que prosperam nesta floresta amazônica tropical."

Os preços internacionais do café estão nos níveis mais altos desde 1997, quando produtores na região "ficaram loucos", segundo Lara, e compraram carros, televisões, celulares e outros bens não relacionados ao negócio do café. Quando os preços caíram, algumas colheitas depois, os produtores não tinham poupança e muitos foram forçados a abandonar as plantações. Nesta temporada, muitos estão mais atentos aos gastos, usando o lucro para iniciar negócios paralelos em suas terras. As informações são da Dow Jones.

Fonte: CNC

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