Produtor cria a Coffee Bike e abre franquia

A vontade de dar continuidade aos sonhos dos pais na produção de café e a criatividade fizeram com que o empresário e cafeicultor Pedro Dias, de Santa Rita do Sapucaí, no Sul de Minas, inovasse no processo de produção e comercialização da safra. Há um ano, após exportar cerca de 30% da safra de café para o Canadá, o empresário, que não queria comercializar o restante da produção por meio de cooperativas, inovou e criou a Coffee Bike. A inovação deu certo e, hoje, a marca Grandpa Joel´s Coffee está em processo de se tornar uma franquia. A Coffee Bike foi uma das atrações da Semana Internacional do Café (SIC), evento realizado na última semana, em Belo Horizonte.

Pedro Dias conta que assumiu o Sítio Capinzal, localizado nas montanhas da Mantiqueira, e a produção de café, após o pai, o Vovô Joel, que deu nome à marca, ser diagnosticado com Alzheimer, o que fez com que a família vendesse parte das fazendas cafeeiras. Para dar continuidade ao sonho de produzir cafés de qualidade, Dias voltou dos Estados Unidos e decidiu inovar na produção.

“Estamos na terceira geração da família, com meus filhos e minha esposa, que veio de uma família de produtores, participando de todo o processo. Meu pai comprou o sítio em 1969 e eu não queria que este sonho fosse encerrado. Quando assumi os negócios, percebi que tínhamos a estrutura necessária para produzir grãos de alta qualidade e que a venda tradicional do café, através de cooperativas, não era viável e, por isso, busquei novas formas de comercialização”.

A produção anual varia entre 350 e 400 sacas de 60 quilos e faz parte do Programa Certifica Minas Café. Segundo Dias, após exportar cerca de 30% do café para o Canadá, surgiu a dúvida de como negociar o restante de uma forma diferenciada e com valor agregado.

“Pensamos e desenvolvemos a marca Grandpa Joel`s Coffee e aí surgiu mais uma necessidade, a de divulgar o café. Foi quando desenvolvemos o projeto da bicicleta. O que era para ser uma ferramenta de divulgação, virou uma empresa e agora será uma franquia”.

Em uma bike frente Brisa, marca da Caloi, e traseira de mobilete, Dias expõe todos os produtos fabricados no sítio, que tem o café como ingrediente principal. A variedade é grande, desde os cafés torrados em grãos ou moídos até os doces de leite, café expresso, capuccino, licores e cerveja de café. O produtor também investiu em produtos diferenciados como o café servido em um cone recheado com chocolate e chá de cáscara, bebida elaborada com a casca do café e amplamente consumida no Iêmen e que vem ganhando mercado nos Estados Unidos e Europa.

Negócio

O novo modelo de negócio para o café deu certo e a marca está em processo de se tornar uma franquia. O experimento será feito no Shopping Boa Vista, em São Paulo, e a ideia é inaugurar esta segunda unidade até novembro. Também está em avaliação a abertura da terceira unidade, que poderá ser em Santos.

“Iniciamos o projeto da bicicleta há um ano e já estamos em expansão, participando de feiras e eventos em vários municípios. A ideia da franquia está em desenvolvimento e é resultado de um trabalho árduo desenvolvido pela família. O valor inicial estimado para abertura de uma franquia começa em R$ 25 mil”, explicou Dias.

Dias destaca que para ter sucesso foi preciso investir em capacitação, certificação e aprimoramento dos processos de manejo e gestão, o que foi feito com o auxílio da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) e do Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Minas). O cafeicultor acompanha a produção do café desde a criação das mudas até a xícara, o que garante qualidade diferenciada.

Para garantir a fabricação dos produtos que compõem o portfólio da empresa, os funcionários, que antes ficavam ociosos ao longo da entressafra do café, em sua maioria as mulheres, foram capacitadas pelo Senar Minas e são responsáveis pela fabricação dos doces e licores comercializados com a marca.

Fonte: Diário do Comércio (Por Michelle Valverde) e fotos Divulgação SIC