Procafé: Seca de folhas em cafeeiros por deficiência induzida de fósforo
A deficiência de fósforo em cafeeiros tem sido de menor importância, em relação àquela de outros nutrientes, primeiro pela menor exigência desse nutriente, para vegetação e produção, quando em comparação com outros macro-nutrientes. Em segundo lugar, por que os solos possuem bom suprimento de P total e o cafeeiro, através do auxilio de micorrizas, se aproveita deste fósforo, disponibilizado para o cafeeiro através dessa associação. Deste modo, o fósforo tem sido essencial na fase de formação dos cafeeiros, na estruturação do seu sistema radicular e, depois, na lavoura adulta, a adubação com esse nutriente pouco responde em produtividade das plantas.
A deficiência de P se mostra nas folhas velhas, com sintoma inicial aparecendo coloração amarelo bronzeado das folhas, depois evoluindo para cor arroxada/avermelhada forte e aparecendo manchar necróticas, especialmente no ápice das folhas, essas manchas crescendo tomam boa parte do limbo foliar, que, assim, aparecem como folhas secas e depois acabam caindo.
Como já referido, a deficiência de fósforo em cafeeiros adultos não é comum, a menos que haja uma condição de indução dessa carência, como por seca forte, sistema radicular deficiente, pragas de raízes etc, situação quando a absorção fica muito prejudicada. Alguns pesquisadores relatam que a absorção do P pelos cafeeiros se dá na parte da ponta das raízes finas e que, com estiagens, essa parte acaba ficando reduzida, e, assim, ocorre a deficiência de P, com a consequente observação dos sintomas citados.
Verificando, em campo, a deficiência de P que leva à secagem de folhas, nota-se que ela é mais frequente em lavouras adultas do que nas lavouras jovens. Foi possível observar, ainda, que ela ocorre mais na parte superior, ou seja, na ponta dos cafeeiros e pouco na saia das plantas. Esta constatação reforça a causa de deficiência induzida, pois no alto da planta os nutrientes chegam menos, na condição de stress hídrico.
As deficiências induzidas de P ocorrem mais no período seco, pós-colheita e pré-florada. Neste ano apareceu também em dezembro-janeiro, provavelmente pela pouca chuva e calor excessivo nestes meses.
Outra observação de campo diz respeito à permanência dessas folhas velhas, necrosadas, por longos períodos nas plantas, mesmo depois de aplicados adubos fosfatados. Finalmente, verifica-se que ao analisar folhas com os sintomas descritos, sempre existe menos do que 0,10% de P nos tecidos.