Pressão de colheita limita reação dos preços do café

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O presidente-executivo do Conselho Nacional do Café (CNC), Silas Brasileiro, afirmou que a estimativa de safra divulgada hoje pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), que prevê a produção de 44,28 milhões de sacas de 60 kg de café beneficiado, está em linha com as expectativas dos produtores, levando em conta o levantamento de campo realizado pela Fundação Procafé.

Ele observa que a estimava da Conab supera a projeção feita no início do ano pela Fundação Procafé (entre 40,3 a 43,25 milhões de sacas) e os 42,4 milhões da última previsão do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mas está abaixo das empresas privadas, “que pretendem manipular o mercado”. O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu levantamento mais recente estimou a safra brasileira de café em 52,4 milhões de sacas.

Na avaliação do presidente do CNC – que reúne as associações de produtores, os sindicatos rurais e as cooperativas de cafeicultores -, a estimativa da Conab sinaliza que o abastecimento do mercado na safra 2015/2016 será bastante apertado, com a de redução de 2,3% na oferta em relação à safra passada, estimada em 45,34 milhões de sacas.

Silas Brasileiro afirmou que os preços atuais do mercado, que estarem 9% acima de igual período do ano passado, ainda não refletem a atual situação de mercado, porque os compradores pressionam o mercado, apostando na falta de liquidez dos produtores, que serão obrigados a vender parte da safra para cobrir os custos de colheita.

Ele observa que o atraso na liberação dos recursos pelo governo federal para o custeio da safra contribui para a pressão sobre os preços, mas acredita que a partir de julho, quando os recursos começam a chegar aos bancos, a situação tende a normalizar, pois os produtores ganharão fôlego para segurar a safra.

Em relação à alta da taxa de juros do crédito destinado a financiar a cafeicultura, dos atuais 6,5% ao ano para entre 8,75% e 10,5% ao ano na próxima safra, Silas Brasileiro afirmou o aumento é coerente com o esforço do governo para o equilíbrio das contas públicas e a retomada do crescimento da economia.

Além da menor produção na safra de café deste ano, Silas Brasileira diz que a qualidade também está sendo afetada, por conta das chuvas extemporâneas das últimas semanas, que prejudicam o café já colhido que está no terreiro e provoca a queda dos grãos que ainda estão nas árvores.

Fonte: Globo Rural (Venilson Ferreira)

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