PREOCUPAÇÃO COM A SOBREVIVÊNCIA ALIMENTAR

As autoridades parecem estar se preocupando com a situação da agricultura apenas agora. Certamente estão interessados em garantir a sobrevivência do país e de si próprios, assegurando o alimento de cada dia. 

O presidente Lula simplesmente decidiu, após mais de dois anos, sancionar o “Fundo Catástrofe”. Extremismo no nome ou não, a lei visa cobrir riscos suplementares do seguro rural. Ao contrário dos comuns, este pode ser acionado por toda uma região de uma vez só. Diante do dito “antes tarde do que nunca”, foi com certeza um feito cobrado pela senadora Kátia Abreu, que é uma das relatoras do projeto e presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil – CNA.

Pois bem, o Banco do Brasil, um dos maiores financiadores da agricultura já quer atrair mais produtores rurais para o “seguro de preço”. Trata-se de uma garantia de sustentação de renda, em que é permitido realizar operações para adquirir contratos de opção de venda, assegurando proteção contra o risco de queda acentuada de preços dos produtos agrícola. Mais um mecanismo para “ajudar” o homem do campo, mas com certeza com alguns custos. 

A constante pressão dos agricultores, principalmente o setor da cafeicultura, através de seus representantes e sindicatos rurais junto ao governo federal e bancos, tem sido tão significativa que a contratação de crédito rural já superou as expectativas, quanto ao custeio, investimentos e comercialização da agricultura. Já são R$ 8,8 bilhões em julho, 18% superior ao mesmo período do ano passado.

Com esse retorno imediato por parte dos agricultores, o que se pode esperar são juros cada vez mais baixos e prazos maiores para pagamento até que a economia agrícola se estabilize neste país. Porém no que se refere ao mais importante: o endividamento de todo o agronegócio, principalmente a cafeicultura, o produtor acaba órfão de governo, especificamente Ministério da Fazenda e Ministério da Agricultura.

Mas falando em mercado internacional, outra novidade que influencia a produção de alimentos no Brasil, é a norma que limita venda de terras brasileiras aos estrangeiros. Parece até risco de persuasão, como já acontece nos meios de comunicação, neste caso com a agricultura, temendo a monopolização de volume e preço. Bom para nós e ruim para eles que terão de se adaptar às normas. É uma maneira de garantir que o Brasil é nosso e que nós vamos continuar a dominar o mercado de produtos agrícolas, graças à região que é rica em terras férteis, com chuva e seca dentro dos padrões climáticos, e, principalmente, boas mãos para cultivar. 

* Arnaldo Bottrel Reis é presidente do Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha e vice-presidente da Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Café e Leite.

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