Preços do café na Bolsa de NY devem afastar produtores brasileiros dos negócios

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A partir do próximo mês, a Bolsa de Nova York começa a certificar as primeiras amostras de café brasileiro para entrega em julho do ano que vem. O Brasil conseguiu a aprovação para negociar o grão na bolsa norte-americana no final do ano passado. Apesar disso, representantes do setor afirmam que os preços devem afastar os produtores brasileiros. Na opinião do diretor do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (CeCafé), Guilherme Braga, o deságio de US$ 0,09 por libra-peso nas cotações deve deixar a operação menos interessante para os brasileiros.
 
Além da qualidade do café produzido no Brasil, concorrentes como Colômbia e países da América Central tiveram quebra de safra e contribuíram para que depois de 10 anos o Brasil conseguisse negociar o seu produto em Nova York, que é considerado o principal mercado de formação de preços do produto do mundo.

Para o analista de mercado Fernando Souza Barros, o momento é de observar como devem se comportar os preços nos próximos meses. Ele aponta que a melhor opção seria negociar o produto na Bolsa de Chicago.

Os contratos têm vencimento só em março de 2013, mas as amostras podem ser enviadas a partir de 1º de junho. É preciso, no entanto, segundo Braga, ficar atento quanto às regras de negociação. Enquanto na Bolsa de São Paulo um contrato tem 100 sacas, em Nova York chega a 285. Além disso, o único tipo de café permitido é o arábica cereja descascado.

O diretor da Santos Brasil Comércio e Exportação, Nelson Carvalhaes, diz que o grande ganho para os produtores brasileiros é o reconhecimento da qualidade do café no mercado internacional.

– A entrega física já foi mais importante. Anos atrás, seria muito mais importante do que é hoje. Agora, sem dúvida, é o reconhecimento da qualidade do café brasileiro e, segundo, facilita as operações para os compradores internacionais, torrefadores, traders, os fundos, especuladores. O próprio produtor brasileiro pode fazer o seu hedge, se ele quiser. Eu acho que sempre é muito positiva a divulgação do café brasileiro, reconhecendo sua qualidade. É de suma importância – aponta.

Fonte: Canal Rural | RuralBR

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