Preços do café caem no mercado internacional em julho

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O mês de julho foi de perdas no mercado internacional do café. Nas bolsas de mercadorias e futuros, de arábica em Nova York e de robusta em Londres, os preços recuaram diante de fatores técnicos e fundamentais e ainda em função das preocupações com a crise econômica global.

Fundamentalmente, as cotações encontram sustentação no aperto da oferta em relação à demanda mundial, ainda mais em ano de colheita de uma safra menor no Brasil dentro do ciclo bienal da cultura. Entretanto, o "horizonte" parece ser um pouco mais tranquilo. O Vietnã deverá iniciar a colheita de uma grande safra de café robusta ao final do ano, a Colômbia na próxima temporada deve melhorar sua oferta de grãos suaves/lavados, com expectativas positivas também para a América Central.

Assim, a produção mais modesta do Brasil em 2011/12 deve ser atenuada por melhora na colheita em outros países. Nada que resolva o problema da oferta justa contra o consumo mundial, mas esse cenário ao menos arrefece as preocupações. E não sai do pensamento do mercado, naturalmente, que em 2012 o Brasil voltará a colher uma safra maior em sua bienalidade. Esse cenário acaba pesando negativamente sobre as cotações internacionais.

O período agora é de verão no Hemisfério Norte, que reúne grandes nações consumidoras. E no verão consomem-se menos bebidas quentes, como o café. Esse é outro fator levado em conta, também de baixa para os preços. E ainda temos a questão climática do inverno brasileiro. Se em junho as cotações do café subiram em alguns momentos com a apreensão com o risco de geadas sobre o cinturão produtor brasileiro diante da passagem de massas de ar frio, o mês de julho chega ao final sem ter apresentado um frio mais intenso.

Afora esse cenário de fundamentos, o mercado ao recuar na Bolsa de Mercadorias de Nova York (ICE Futures), que baliza as cotações do arábica, foi rompendo suportes e caindo ainda mais, naturalmente, diante dos fatores gráficos. Por outro lado, encontrou dias de recuperação técnica, embora sem conseguir romper muitas resistências nas altas.

Para completar o quadro negativo do mês, a economia na zona do Euro voltou a mostrar fragilidade em países com dívidas. E os Estados Unidos enfrentam um momento de enormes dificuldades em relação à busca de uma saída para o seu endividamento. Isso acaba afastando investidores, fundos e especuladores em muitos momentos dos mercados de maior risco, com destaque para as commodities nas bolsas de futuros, como é o caso do café. Com receios com a crise econômica global, há uma natural fuga de capitais das commodities para aplicações mais seguras.

No balanço de julho, o contrato setembro do arábica na Bolsa de NY caiu 10,1%, tendo fechado a quinta-feira (28 de julho) a 238,65 centavos de dólar por libra-peso, contra 265,60 cents do final de junho.

No Brasil, o mercado físico seguiu arrastado ao longo de julho, com vendedores se afastando das negociações nos períodos de baixa nas cotações internacionais, enquanto o comprador também teve uma estratégia defensiva, aguardando para ver onde é fundo do poço no momento nas bolsas de futuros do café.

No balanço mensal, o café arábica bebida boa no Sul de Minas Gerais recuou 4,7%, ficando nesta quinta-feira (28 de julho) em R$ 445,00 a saca de 60 quilos, contra R$ 467,00 a saca do fim de junho. O dólar em patamares abaixo dos R$ 1,60 mantém as cotações no Brasil sob pressão, enquanto a resistência dos produtores dá sustentação aos preços do café.

Fonte: Agência Safras

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