Preços do café atingiram níveis mais altos em 34 anos em fevereiro

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Os preços do café continuaram sua subida ao longo do mês de fevereiro. Pouco a pouco, o mercado vai rompendo resistências e atingindo patamares históricos de alta. Desta vez, a Bolsa de Mercadorias de Nova York viu cotações que não eram tocadas desde 1977. O arábica em NY, que baliza os preços internacionais, praticou os patamares mais elevados em 34 anos em meio a um cenário de estoques baixos do grão, de escassez de oferta de grãos de qualidade, demanda crescente e preocupações diante de um 2011 de safra pequena no Brasil – em função do ciclo bienal da cultura.

Outros países produtores que se esperaria que suprissem a menor safra do Brasil no ano não poderão, ao menos com todo potencial, garantir essa oferta adicional. Colômbia e América Central na temporada 2010/11 acabarão tendo safras menores do que inicialmente se imaginava, devido a problemas climáticos.

Tudo isso garantiu os movimentos altistas em fevereiro.

Segundo o analista de SAFRAS & Mercado, Gil Barabach, o mercado necessita agora de "algo novo" para conseguir ir além desses patamares. "Notícias como carência de cafés suaves, estoques baixos e em relação à menor safra brasileira já não têm mais grande impacto sobre as negociações, por terem sido assimiladas pelo mercado. O agravamento ou a melhora de uma dessas situações poderia mexer um pouco mais com o nível de preços, mas os sinais emitidos pelo terminal nova-iorquino indicam acomodação fundamental". E tecnicamente ou graficamente o mercado precisa romper resistências, como a faixa de US$ 2,75 por libra-peso, para se fortalecer ainda mais.

Entretanto, Barabach ressalta que, se não há razões para subir, também não há motivos para cair. "Agora temos o inverno no Hemisfério Norte e preocupação com abastecimento por conta dos baixos estoques, em especial dos cafés certificados em bolsa. Isso tudo mantém a indústria atenta a oportunidades, justificando o aumento das ordens de compra quando o preço cai abaixo ou mesmo se aproxima da linha de 265 centavos de dólar, erguendo um denso suporte em torno desse nível de preço", comenta Barabach.

No balanço mensal da ICE Futures, as cotações no contrato maio do arábica fecharam janeiro em 246,55 cents/lb e fevereiro a 271,70 cents, acumulando alta no mês de 10,2%.

No Brasil, os preços físicos internos do café arábica dispararam em reais e em dólares no Brasil em fevereiro, acompanhando a valorização do grão no mercado internacional e a escassez de oferta no país. Para o café arábica, os preços no mercado brasileiro subiram entre 13% a 19,59% em reais em média e entre 13,6% a 20,2% em dólares. É o que mostra o levantamento mensal de SAFRAS & Mercado. O conillon teve uma subida menor tanto em reais (+2,95%) quanto em dólares (+3,48%) em fevereiro.

Os produtores que ainda têm cafés da safra 2010 para a venda vão segurar os grãos à espera de um cenário ainda melhor, diante da oferta limitada até a colheita da safra nova.

A bebida mais fina do Cerrado mineiro obteve preço médio de R$ 514,25 a saca de 60 quilos em fevereiro, com ganhos de 14,3% em relação a janeiro, quando foi negociada a R$ 449,90 a saca em média. E é negociado, atualmente, a R$ 545,00. Em divisa estrangeira acumulou valorização de 14,90%, cotada a US$ 308,26 a saca em média em fevereiro, contra US$ 268,29 em janeiro.

O arábica de bebida dura tipo 6 do Sul de Minas Gerais terminou fevereiro com preço médio de R$ 510,50 a saca de 60 quilos, alta de 14,85% em relação a janeiro, quando registrou R$ 444,48 a saca. Atualmente, esse café é negociado a R$ 540,00 a saca. Em dólar, a saca da bebida boa do sul de Minas Gerais foi negociada a US$ 306,01 a saca em fevereiro em média, valorização de 15,45% sobre janeiro (US$ 265,05 a saca).

Fonte: Safras & Mercado

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