Preços do café ao produtor já subiram 18% neste ano
Café pode ser o principal produto do agronegócio mineiro, pois incerteza da safra valorizou grão em 63% desde início do ano
A estiagem deste início de ano já impacta o preço da maioria dos produtos agropecuários em Minas Gerais. Com produção prejudicada em volume e qualidade, os preços recebidos pelo produtor subiram em média 18,27% nos três primeiros meses do ano, segundo levantamento mensal da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Sistema Faemg). Março foi o terceiro mês consecutivo de preços maiores ao produtor rural.
A coordenadora da Assessoria Técnica, Aline Veloso, alerta que pode haver surpresas nos próximos meses. “Para alguns produtos, ainda não sabemos o tamanho da perda, que só será conhecida no momento da colheita. O impacto pode ser ainda maior que o apontado nas estimativas do IBGE e Conab”.
Exemplo disto, segundo a economista, pode ser o café, principal produto do agronegócio do Estado.
“A colheita começa agora em maio e segue até meados de setembro. Só então saberemos a real perda, que já tem sido reportada em até 70% em algumas regiões produtoras de Minas”, diz Aline.
A incerteza sobre o volume para a safra atual resultou na valorização do grão em 63,94% desde o início de ano.
No topo deste ranking, o preço da batata subiu 197% no acumulado de 2014. Somente em março, o acréscimo foi de 46,8%.
O principal impacto foi da estiagem no início do ano, que resultou na diminuição da qualidade e da produtividade das lavouras.
Além disso, a primeira safra também apresentou redução na área plantada. A menor oferta no mercado mineiro também está ligada ao encaminhamento de parte da produção do estado para outros estados, especialmente São Paulo e Rio de Janeiro.
Os produtos pecuários também repetem a tendência de valorização. A estiagem resultou na captação menor de leite e, o calor, em perdas de aves e ovos.
Como em anos anteriores, tradicionalmente na quaresma, ocorreu aumento de consumo e o preço dos ovos subiu 20,98% em março. A retração na disponibilidade de animais para o abate também valorizou a arroba do boi gordo.
Fonte: Clic Folha via Agência Estado