Preço mínimo: governo impõe nova derrota à cafeicultura

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Os preços mínimos para os cafés arábica e robusta, votados pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) na quinta-feira passada (29) e determinados para esta safra 2010/2011, em R$ 261,69 e R$ 156,57, respectivamente, ficando iguais aos da safra passada, causou indignação às lideranças do setor.

O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, chamou a situação de “absurda”. Segundo ele, “o setor não tem força política para demover uma situação desta”, reclamou Gilson, argumentando que tais lideranças vêm lutando “desesperadamente” por um valor maior. “Há quantos anos o cafeicultor vem esperando melhorias e não há aumento algum?”, pergunta.

 O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes, chamou a situação de “absurda”

Como Gilson lembrou, “no ano passado a cafeicultura já foi derrotada”, sendo que a reivindicação dos produtores àquela época era da fixação do preço mínimo para o café em R$ 281. Ele disse que o governo deveria ter considerado o valor de R$ 300 para esta safra, e explica: “o custo de produção hoje está em torno de R$ 320, em algumas regiões. Há lugares em que é ainda maior”, disse o presidente do CNC.

Gilson explicou que esta é uma situação difícil de ser revertida a curto prazo. “Quem deveria determinar esse valor são os departamentos técnicos das cooperativas cafeicultoras, mas o governo nem quis ouvi-las neste ano”.

O preço mínimo foi fixado pelo CMN e de acordo secretário adjunto de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Gilson Bittencourt, justificou “foi mantido o preço da safra anterior porque se de um lado, houve elevação dos gastos com mão de obra, por outro houve redução dos preços dos insumos”, afirmou o secretário.

“Essa explicação de que o preço do fertilizante, por exemplo, caiu é outro absurdo. O produto mais usado na cafeicultura, só para citar um item, custa atualmente R$ 900, então, onde está o preço menor?”, questiona Gilson.

Mesmo com esse cenário, o presidente do CNC diz que o setor vai continuar lutando por melhorias. “Nosso problema é essencialmente político. Há falta de vontade política para com a cafeicultura, eu diria até que para com a agricultura em geral”, disse Gilson Ximenes. Ele informou que o setor aguarda formatação de medidas efetivas após uma reunião com o ministro Wagner Rossi, que acontecerá no próximo dia 13. “A partir daí começaremos a tomar decisões, pois o ministro prometeu cuidar desse assunto com prioridade”, finalizou o presidente do CNC.

Fonte: Coffee Break

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