Preço leva tecnologia para regiões produtoras de café

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A alta significativa registrada nos preços pagos pelo café, a partir do segundo semestre de 2010, tem incentivado os investimentos principalmente na renovação dos cafezais em Minas Gerais e demais regiões produtoras. A cotação do grão está 83% superior à registrada em maio de 2010. No mês passado, a saca de 60 quilos do café arábica foi comercializada em torno de R$ 530,76, em igual período do ano anterior, o valor médio era de R$ 289,46.

De acordo com o presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), Gilson Ximenes de Abreu, a elevação da renda dos produtores tem incentivado aportes na renovação dos cafezais, aplicação adequada dos tratos culturais e no aumento da tecnologia nas áreas produtoras.

"Depois de enfrentar preços reduzidos nos últimos anos, o investimento nos cafezais foi diretamente afetado, o que reduziu o nível de produtividade. A tendência é que com o aumento dos ganhos, esses aportes sejam retomados priorizando o aumento da produtividade, a redução das perdas e aumento da lucratividade", disse Abreu.

A tendência de retomada dos investimentos nas áreas cafeeiras também foi observada pelos pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea). De acordo com o levantamento elaborado pela instituição, em algumas regiões produtoras, como no Cerrado mineiro, esse avanço da produção deve ocorrer através de aumento de área. Porém, na maioria das regiões, os cafeicultores devem investir prioritariamente em qualidade, produtividade e em renovação dos cafezais.

Tendência – Segundo os dados do Cepea, no Cerrado mineiro existe a tendência de ingresso de novos produtores na cultura. No Sul de Minas Gerais, a expansão da área plantada não deve ser expressiva. Produtores têm optado por investir em tratos culturais, uma vez que grãos de qualidade obtêm cotação elevada. Na Zona da Mata mineira, a área com café deve aumentar cerca de 5%, enquanto a renovação das lavouras deve ser bem maior que esse percentual.

"Não acredito que haverá um aumento significativo de novos cafezais. Além de ser uma cultura que exige investimentos elevados para ser implantada, os riscos também são muito grandes devido às oscilações constantes dos preços do café tanto no mercado interno como no externo", disse Ximenes.

Além de Minas Gerais, também foi identificada a intenção de aumento da área em outros estados. Em Garça, São Paulo, a ampliação da área deve alcançar 10%, com renovação dos cafezais também expressiva. No Noroeste do Paraná, a maioria dos produtores deve apenas renovar as lavouras. No Estado, há outras grandes culturas concorrentes em área como milho e soja. Dessa forma, os investimentos ocorrem mais com vistas ao aumento da produção por meio de plantas mais novas, sem que a área seja alterada.

Em relação à colheita, segundo o Cepea, o clima nas regiões produtoras de arábica, baixo volume de chuvas, está favorável ao avanço das atividades. A expectativa em meados de maio era de que a oferta de café da safra 2011/12 aumentasse, o que fez com que compradores aguardassem possíveis baixas nos preços.

Qualidade – O estudo do Cepea apontou que a procura esteve mais aquecida para os grãos da safra nova, devido aos menores preços. A qualidade, por enquanto, esteve satisfatória, apesar da elevada participação de grãos verdes. A maioria dos cafés da safra 2011/12 disponíveis vem do Noroeste do Paraná, com preços em torno de R$ 455 por saca de 60 quilos e da Zona da Mata mineira, por volta dos R$ 475, regiões onde a colheita estava mais avançada.

Em maio, os preços do café arábica seguiram firmes, com alta de 1,2% sobre abril. Os valores foram sustentados pela oferta restrita de grãos de qualidade. O Indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6 bebida dura para melhor teve média de R$ 530,76 por saca de 60 quilos em maio, 1,2% superior à de abril.

No mercado internacional, o contrato de arábica com vencimento em julho na Bolsa de Nova York fechou o dia 30 de maio a 263,50 centavos de dólar por libra-peso, recuo de 13,8% em relação ao fechamento do dia 2 de maio.

Fonte: Diário do Comércio – MG

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