Pessoa física pode aplicar em commodities agrícolas por meio do home broker

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Investir em commodities agrícolas é uma boa opção para diversificação da carteira. O risco, no entanto, é grande, alertam especialistas em investimentos. Quem comprou contratos de café, boi, milho ou soja no ano passado teve bons (ou ótimos) rendimentos.

O café, por exemplo, rendeu 79,3% durante 2010. Já o índice da Bolsa de Valores de São Paulo (Ibovespa) teve alta de apenas 1,04%, enquanto as ações preferenciais (PN) da Petrobrás perderam 22,96% no ano passado. As commodities têm rendimento descolado da renda variável e da renda fixa, por isso são boas para diversificar a carteira, segundo explica Beto Domenici, da Rio Bravo Investimentos.

Fábio Colombo, administrador de investimentos, recomenda aplicação de, no máximo, 3% da carteira nessa modalidade. "As oscilações são fortíssimas. O risco de ganhar muito é igual ao de perder muito", salienta. Comprar uma fração de contrato é tão simples quanto adquirir a ação de uma empresa.

A XP Investimentos, por exemplo, oferece aos clientes um home broker (plataforma online de negociação de ação e, agora, de commodities) para a negociação de contratos agrícolas. "Temos diversos perfis de investidor aplicando nas commodities", diz Jorge Teixeira, da XP Investimentos. Rapidez. O administrador de empresas Orlando Machado, 36 anos, é um dos investidores da XP que mescla investimentos em ação, opção e commodities. "Mexi muito com ação e opção antes de entrar nos agrícolas", lembra.

Ele afirma que, hoje, a modalidade de investimentos preferida é a compra de contratos de commodities. "É um investimento rápido. Fico com um contrato três dias, no máximo", diz. Teixeira explica que as commodities são de fato investimentos rápidos, por conta das oscilações nos preços. "Temos analistas especializados que sugerem o momento de compra e de venda", afirma. "Mas, normalmente, o investidor fica com um contrato de no máximo uma semana na carteira.

E depois compra outro", detalha. A velocidade das oscilações exige muito mais atenção do investidor. Esse é um fator que limita um pouco a participação das pessoas físicas na modalidade. "É preciso ter conhecimento", diz Roberto Flor da Rosa, assessor de investimentos da mesa de commodities da Prosper Corretora. "Provavelmente esse investidor já possui conhecimento ou está envolvido de alguma forma no mercado agrícola. São, por exemplo, produtores agrícolas, exportadores, importadores", emenda.

Teixeira, da XP, discorda: "Se houver boa assessoria, não há tanta limitação de perfis." O investimento não exige grande desembolso inicial. Os contratos de milho, segundo Teixeira, são os mais baratos. "É possível comprar uma fração de contrato de milho por R$ 1 mil", diz. Os custos da negociação são similares aos dos cobrados em ações. Existe taxa de corretagem a cada compra e venda e taxa de custódia. Mas, como se trata de negociação no mercado futuro, é preciso "ter dinheiro para atender a chamada de margens de garantia", diz Rosa, da Prosper.

Essa margem é solicitada pela BM&FBovespa para garantir o cumprimento do negócio pelas duas partes envolvidas (comprador e vendedor). A margem de garantia do milho está sempre perto de R$ 1 mil. Mas, além desse dinheiro, é preciso deixar outros reais à disposição da corretora para possíveis ajustes diários negativos. Essa é uma das principais diferenças entre a negociação de ação e de commodity. Risco.

Domenici atua no private banking (que é um banco para pessoas de alta renda) da Rio Bravo. "E aqui não indicamos o investimento em commodities porque é algo muito específico, que exige muito conhecimento", salienta. Colombo, administrador de investimentos, endossa o que Domenici diz.

E chama atenção para as fortes altas de preços que as commodities tiveram no ano passado. "Subiram muito e quase certamente não têm força para subir muito mais nesse ano", destaca. Os dois especialistas consideram o investimento muito específico, o que exige um nível de conhecimento mais alto que o normal.

Fonte: AgnoCafe

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