Pesquisadores da UFV esclarecem mistério sobre fungo causador da ferrugem no café

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Pesquisa realizada ao longo de seis anos por professores dos Departamentos de Fitopatologia e Biologia Geral da UFV esclareceu um dos mais intrigantes mistérios científicos a respeito da ferrugem – principal doença no cafeeiro.

A descoberta da chamada criptossexualidade no fungo Hemileia vastatrix pode levar à criação de estratégias mais eficazes para aumentar a resistência da planta à ferrugem. Um problema que, no Brasil, causa prejuízos anuais estimados em 35 a 40% da produção, ou seja, cerca de US$2 bilhões (valores para o ano de 2010).

Uma das principais dificuldades para se controlar o Hemileia vastatrix é sua variabilidade genética, considerada surpreendente pelos estudiosos. Sempre que se desenvolve uma variedade de cafeeiro resistente à doença, o fungo surge geneticamente renovado – e não demora a quebrar a resistência. O que durante muito tempo não era compreendido é como isso acontecia. Em tese, o fungo da ferrugem do cafeeiro só se reproduzia de maneira assexuada. “Na reprodução assexuada, cada esporo reproduz uma colônia idêntica à anterior, mas isso não ocorre no caso da ferrugem do cafeeiro”, afirma o professor Robert W. Barreto, do Departamento de Fitopatologia da UFV.

Os resultados da pesquisa foram publicados pelo professor Robert, juntamente com os professores Carlos Roberto Carvalho Carvalho, do Departamento de Biologia Geral, e Harry C. Evans, do Departamento de Fitopatologia, na revista internacional PLoS ONE (para ler o artigo completo, clique aqui).

Segundo o professor Robert, as estruturas assexuadas da ferrugem, na verdade, funcionam como sexuadas. “Os eventos típicos da reprodução sexuada acontecem de modo oculto, dentro das estruturas sexuadas, o que passou despercebido dos pesquisadores durante mais de cem anos”, explica. A descoberta do que foi batizado de “criptossexualidade” (do grego krypto, que significa escondido) só foi possível graças à aplicação pioneira de técnicas de citometria de imagem, “que nunca haviam sido usadas antes para esse propósito”, ressalta o pesquisador.

Fonte: CCS-UFV

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