Pesquisadora do interior de SP desenvolve café alcoólico tão forte como vodka

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Professora e engenheira industrial e química desenvolveu o café alcoólico (Foto: Arquivo pessoal/Solange Mussatto)

Uma pesquisadora de Amparo (SP) desenvolveu um café alcoólico com teor que o torna tão forte como vodka ou aguardente. A professora e engenheira industrial e química, Solange Mussatto, de 37 anos, responsável pelo trabalho na Universidade do Minho, em Portugal, obteve o resultado da bebida a partir da borra do café.

O destilado apresenta 40% de etanol e tem o mesmo aroma dos grãos torrados do fruto do cafeeiro. Ao contrário do que se pressupõe levando em consideração a cor da borra, a bebida é transparente. A patente já foi registrada com o resultado da composição que obedece às rigorosas normas europeias para o consumo e já passou pelos primeiros testes sensoriais. A expectativa, segundo a pesquisadora, é de elevado potencial no mercado, pois atrai consumidores que apreciam o café e também para quem gosta de bebidas alcoólicas.

A ideia do aproveitamento partiu como uma forma de encontrar alternativa econômica e ambiental para os resíduos agroindustriais. “É de grande interesse econômico, pois permite obter um produto de valor a partir de uma matéria-prima que não acrescentará custos ao processo de produção”, explica.

A nova bebida foi obtida em laboratório no Centro de Engenharia Biológica após seis anos de pesquisa. “Fiz uma pesquisa e descobri que existem no mercado várias bebidas, principalmente licores, que são feitos a partir dos grãos, mas não existia nenhuma bebida feita a partir da borra”, afirma.

Laboratório na Universidade do Minho onde foi desenvolvida a pesquisa (Foto: Arquivo pessoal/ Solange Mussatto)

Composição e possibilidades
O processo para a produção da bebida resulta de quatro etapas que envolvem a fervura em água dos resíduos secos e depois extração aquosa dos compostos de aroma. A suplementação com açúcar com adição de levedura no processo de catalisação para depois seguir para a fermentação e destilação. A pesquisadora explica que apesar de o processo ser relativamente simples e barato, o recolhimento em grandes quantidades de borra de café necessita de um sistema que exige cuidados para evitar contaminação.

A pesquisa segue com investimento em melhorias para as condições de produção, desenvolvimento de trabalhos acadêmicos sobre reutilização de resíduos e ainda aguarda interesse de alguma indústria.

Fonte: G1 Campinas e Região

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