Pesquisa pode apontar o café irrigado como nova cultura em região de Petrolina

Imprimir

Variedades de café são testadas no Vale do São Francisco (Foto: Fernanda Birolo/ Arquivo pessoal)

Para oferecer alternativas de cultivo para a região do Vale do São Francisco, em Petrolina, no Sertão pernambucano, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária – Embrapa Semiárido, está realizando um estudo de viabilidade para o plantio irrigado do café na região.

Segundo o pesquisador de genética e melhoramento de plantas, o engenheiro agrônomo Flávio de França Souza, o vale do São Francisco tem sua produção concentrada na manga e uva, o que torna o mercado vulnerável e o café pode ser uma boa alternativa de cultivo. “A pesquisa surgiu da necessidade de diversificar a matriz agrícola e de buscar variedades que possam se adaptar às mudanças climáticas. E como existem vários estudos sobre o aquecimento global, isso abrande as culturas que terão que se deslocar ou se adaptar para manter os cultivos nas regiões tradicionais”, relata.

A região do Semiárido tem funcionado como um laboratório. De acordo com Flávio, o estudo começou em 2011 e ele considera que as pesquisas estão em fase inicial. Na área experimental da Embrapa estão sendo testadas 53 variedades do café arábica e 20 clones da canephora. “Trouxemos variedades comercializadas no Brasil. Plantamos as mudas e estamos acompanhando. O que já percebemos foi que não houve prejuízos no desenvolvimento da planta, em relação a outras regiões”, revela Flávio.

Pés de café em Petrolina, PE (Foto: Flávio de França/ Arquivo pessoal)

A primeira produção de café deve ser colhida ainda neste semestre. Os frutos serão avaliados quanto a produtividade dos grãos, a qualidade da bebida e a viabilidade econômica. O resultado da pesquisa poderá ser divulgado após 7 ou 8 anos. Este tempo prolongado é necessário devido às análises das safras do café, como explica o agrônomo: “O café só produz uma vez por ano. E tenho que avaliar quatro safras. Um ano ele tem alta na produção e no outro tem uma queda. Para que eu saiba qual foi a média da produção, teremos que aguardar esse período”.

Embora não tenha um parecer do estudo, o pesquisador conta que as plantas produziram bem, mas é preciso saber a viabilidade econômica. Já que a produção na região é feita com irrigação, em sistema de gotejamento, o que pode aumentar o custo.

A expectativa de Flávio é que o estudo possa confirmar as variedades que se adaptam melhor a região. “O nosso produtor gosta de tecnologia e a nossa região é dinâmica. Temos vantagem na hora da secagem, por conta do sol do sertão. Aqui temos sol a vontade”, conclui com otimismo.

Fonte: G1 Petrolina

Deixe um comentário

O seu endereço de email não será publicado. Campos obrigatórios marcados com *