Pesquisa para melhoramento genético do café recebe novos recursos

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A cafeicultura do Espírito Santo continuará atingindo recordes de safra, qualidade e produtividade. Nesta semana, o Projeto de Melhoramento Genético de Café no Espírito Santo, elaborado pelo Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper), foi selecionado em edital do Programa de Apoio a Núcleos de Excelência (Pronex), e receberá R$ 497.780,00 para subsidiar todo o trabalho de pesquisa com o fruto. Os recursos são oriundos do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) em parceria com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Espírito Santo (Fapes). No total, foram destinados R$ 3 milhões aos seis projetos aprovados para o Estado.

O recurso do Pronex estará disponível a partir do início de 2012, com liberações fracionadas até 2014, uma vez que a distribuição será feita anualmente. Os trabalhos serão acompanhados através de relatórios enviados pelo Incaper aos órgãos provedores e visitas em campo. O projeto tem a parceria da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), por meio do Centro de Ciências Agrárias (CCA-Ufes), Universidade Federal de Viçosa (UFV), Universidade Federal de Lavras (UFLA) e Embrapa Café. 

Segundo Romário Gava Ferrão, pesquisador do Incaper e coordenador de cafeicultura do Estado, as pesquisas com café são desenvolvidas pelo Instituto há mais de 25 anos. Como resultado desse trabalho, foram criadas e lançadas seis variedades de conilon e recomendadas 16 de arábica, que são disponibilizadas aos produtores rurais por meio do Programa de Renovação das Lavouras do Espírito Santo. 

“O recurso será aplicado nos trabalhos de campo, aquisição de equipamentos para a estruturação das fazendas experimentais e laboratórios, viagens de estudo, lançamento de novas variedades, além de custear as ações de transferência de tecnologia aos produtores rurais e capacitação da equipe técnica”, diz. Ele, que também é responsável pela coordenação do projeto beneficiado pelo Pronex, acrescenta que estes investimentos são necessários para dar continuidade às pesquisas, oferecendo a segurança de ampliação e manutenção dos programas voltados à cafeicultura. 

O pesquisador destaca, ainda, que a partir do valor repassado, também será possível custear a pesquisa voltada ao manejo da planta visando à colheita mecânica do café conilon. A demanda surgiu em razão da falta de mão de obra em muitas regiões do Estado durante o período de colheita. Alguns testes já foram realizados em julho deste ano, com produtores das regiões Norte e Noroeste do Espírito Santo e do Sul da Bahia.

Panorama

O Espírito Santo possui uma área aproximada de 500 mil hectares de lavoura de café, que foi responsável pela produção de mais de 11.500 milhões de sacas, oriundas de 60 mil propriedades localizadas no Estado neste ano. Essa produção coloca o Espírito Santo como o segundo maior produtor do Brasil, com 25% da produção nacional. Quando tratado apenas do conilon, o Estado ocupa o primeiro lugar, com 72% da produção do Brasil. Se fosse um país, o Espírito Santo seria o terceiro maior produtor mundial, perderia pelo próprio Brasil e Vietnã.

O café está presente em todos os municípios capixabas, exceto Vitória, sendo o maior gerador de empregos no Estado. A cafeicultura é a principal atividade econômica em 80% dos municípios e representa, sozinho, 43% do PIB agrícola do Estado. Toda cadeia que envolve o café gera aproximadamente 400 mil postos de trabalhos por ano, e só no setor de produção são envolvidas 131 mil famílias. A produção que gera esse grande negócio é obtida prioritariamente por produtores de base familiar, com tamanho médio das lavouras em torno de 4,8 hectares para o café arábica e 9,4 hectares para o conilon.

Aproximadamente 73% da produção de café no Estado é de conilon e 27% de arábica. O café conilon é plantado em 64 municípios, em regiões quentes, com altitudes inferiores a 500 metros. Os maiores produtores são Vila Valério, Jaguaré, Sooretama, Linhares, Rio Bananal, São Mateus, Nova Venécia, Pinheiros São Gabriel da Palha, cuja produção de cada município é superior a 400 mil sacas por ano. 

Já o arábica é produzido em 43 municípios capixabas – em regiões com altitude superior a 500 metros -, envolvendo 20 mil propriedades. Cerca de 70% da produção advém das regiões do Caparaó e Serrana, e os principais municípios produtores são Brejetuba, Iúna, Vargem Alta, Muniz Freire, Irupi e Ibatiba. A produtividade média no Estado é de 17,85 sacas beneficiadas/ha, mas muitos produtores alcançam produtividades superiores a 40 sacas/ha, atingindo até 80 sacas/ha.

Fonte: Portal do Agronegócio com Assessoria de Comunicação Incaper

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