Pesquisa do Sul de MG aponta que cultivo de café pode ser aliado na preservação da Mata Atlântica

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Uma pesquisa desenvolvida por um grupo de Alfenas (MG), ligado a União Internacional para a Conservação da Natureza, mostrou que o cultivo de café pode ser um dos aliados na preservação de áreas de Mata Atlântica.

O grupo estuda há cinco anos os impactos das culturas agrícolas nas áreas de mata dentro das fazendas do Sul de Minas. O levantamento mostra que 80% da Mata Atlântica é formada por pequenos fragmentos que estão presentes em várias propriedades pelo Brasil. São trechos que chegam no máximo a 80 hectares.

A tese defendida pelos pesquisadores é que o café age como uma barreira destas áreas que ficam entre uma fazenda e outra.

“A mata de café tem um porte arbóreo, então é normalmente maior que qualquer outro cultivo. Então, por exemplo, efeitos externos como ventanias podem danificar a estrutura, derrubar árvores e propiciar clareiras no interior destas matas. E isso tende a degradar o ambiente que determinados animais precisam para sobreviver ali dentro. O café protege destes efeitos externos, cria uma área de amortização destes efeitos, protegendo a estrutura do fragmento”, explica o pesquisador Lucas Ferrante.

O trabalho dos pesquisadores mostra que o café ajuda também as espécies ameaçadas que vivem nestas florestas dentro das fazendas.

Em Alfenas, foi descoberta uma nova espécie de rã que existe apenas nesta região. A pesquisa também conseguiu catalogar 32 espécies diferentes de sapos.

Diferentes tipos de sapos e rãs foram catalogados em mata de Alfenas (MG). (Foto: Reprodução/EPTV)

O trabalho completo foi publicado em uma revista internacional e os pesquisadores querem gerar políticas públicas na área florestal, além de diminuir os impactos da agricultura nas áreas remanescentes de florestas.

Quem trabalha nas áreas onde há florestas preservadas, pretende cuidar dos espaços. “Hoje, a gente está vendo um desmatamento muito grande, o pessoal não tem muita consciência com o meio ambiente. A gente vê que o clima está mudando, a água está ficando escassa. Então pra gente é um prazer muito grande”, diz o administrador de fazenda Armando Nogueira.

Fonte: EPTV Sul de Minas e G1 Sul de Minas

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