PEPRO NO BRASIL E PLANO DE ESTOCAGEM NO VIETNÃ

As principais bolsas de ações mundiais encerraram a semana em território positivo, exceção feita ao índice chinês que cedeu acentuadamente na segunda-feira e não conseguiu recuperar. 

Declarações de alguns membros do FED de que a expansão monetária em nada se alterará caso a performance da economia não se sustente, parece ter sido o motivo que acalmou investidores, que já fizeram boa parte dos ajustes de suas carteiras para um cenário menos “líquido”.

O fim da primeira metade do ano tem os índices das bolsas americanas, suíça e japonesa como os grandes ganhadores, e os principais índices das commodities como os perdedores. As maiores quedas foram do ouro -35.54%, da prata -26.98%, do níquel -19.64%, do trigo -16.65% e do café -16.65%.

Nos últimos cinco dias o arábica fechou com alta de US$ 1.72 por saca, e o robusta US$ 0.96 por saca melhor. Nova Iorque dava a impressão que faria novas mínimas, para então recuperar rapidamente um dia depois, comportamento não muito diferente do que vimos em Londres. Houve um maior interesse de compra de café no físico, ainda que não tenha se traduzido em negócios volumosos dada a diferença nos níveis de preço que produtores têm em mente.

Notícias do Vietnã sobre um suposto plano para armazenar entre 3 e 5 milhões de sacas, e do Brasil cujo ministro da Agricultura pronunciou que pedirá ao CMN 390 milhões de reais para o PEPRO, fazem com que os fazendeiros adiem decisões de vendas em busca de preços melhores.

Chuvas no Brasil suspenderam a colheita em algumas regiões, e devem estragar qualidade para uma porção do café que estava sendo preparado – nada alarmante a princípio. A seca na Uganda parece ter impedido que o plantio de 20 milhões de mudas, como planejado acontecesse, permitindo que apenas 9 milhões pés tenham sido plantados.

Com o USDA confirmando o quarto ano consecutivo de superávit na produção, que provavelmente terá outro superávit e aumento de estoques no próximo ciclo, o cenário continua limitado para uma recuperação considerável dos preços – ainda que alguns analistas apostem em uma puxada de 20% até o fim de 2013.

A posição grande vendida dos fundos e uma leve recuperação da moeda brasileira, ajudam o “C” a encontrar suporte para manter-se acima de US$ 110 centavos até nos aproximarmos da safra-nova dos países da América Central, Colômbia e Vietnã.

Os diferenciais do robusta têm firmado neste pico da entressafra e não devem enfraquecer até depois do fim do Ramadã, ou mesmo até o final do mês de agosto e começo de setembro.

Depois disto eu acho que o contrato da LIFFE deve sofre novas ondas de vendas, o que então poderá ameaçar o arábica novamente. O PEPRO, caso aprovado, não terá efeito duradouro nas cotações da bolsa, mas sem dúvida será bem vindo para diminuir as perdas dos que têm um alto custo de produção no Brasil.

A semana é curta por aqui, já que na quinta-feira comemora-se a Independência dos Estados Unidos Uma boa semana e muito bons negócios a todos.

* Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

Fonte: Archer Consulting

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