País não deve esconder produção de café, diz produtor

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Produtores de café, reunidos na Bahia nesta semana, delinearam um programa para a cafeicultura nacional que será entregue ao governo e a entidades ligadas ao setor. Um dos pontos principais do documento é a definição rápida dos recursos para a grande safra que se avizinha, segundo João Lopes Araújo, presidente da Assocafé (Associação dos Produtores de Café da Bahia).

Araújo diz que o Brasil não deve ter medo de mostrar a safra, como se fazia no passado. A produção vai ser grande, podendo ficar próxima de 55 milhões de sacas, mas esse número está em sintonia com a demanda. O importante, segundo Araújo, é o produtor ter os mecanismos de apoio no momento certo.

Sem esse mecanismo, a oferta de café será grande durante a colheita, depreciando os preços e afetando principalmente os pequenos produtores, que não têm como armazenar o produto. O presidente da Assocafé diz que o mercado já está à mercê dos fundos, que impõem preços conforme entram ou saem das Bolsas, determinando a renda do produtor.

Sem um programa financeiro do governo, os produtores ficarão ainda mais vulneráveis. Araújo diz que a queda de preço do café neste ano não tem fundamento na demanda, que continua boa. É resultado da troca de ativos (produtos onde investem) pelos fundos de investimentos. Os produtores de café incluíram, ainda, nesse programa da cafeicultura metas para a recuperação das áreas de cafezais degradadas e com baixa produtividade.

O Brasil precisa aproveitar este momento de crescimento da demanda externa para renovar os cafezais pouco produtivos. Mais uma vez, diz o presidente da Assocafé, os pequenos são os que têm mais dificuldades nessa renovação, que precisa ser feita a curto prazo.

A médio prazo, o país precisa de uma política nacional para ampliação da cafeicultura. Ela asseguraria a participação do Brasil no mercado internacional, cuja demanda é crescente.

Fonte: Folha de São Paulo

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