Organizações Fair Trade do Brasil articulam-se em nova associação
O dia nove de dezembro será um marco para a cafeicultura familiar organizada no Brasil, a partir do lançamento oficial da Associação das Organizações de Produtores Fair trade no Brasil – a BR FAIR – composta por quinze associações e cooperativas de café de base familiar dos estados de Minas Gerais, São Paulo e Espírito Santo. Uma valorização social e também uma visão de mercado já que o café é o produto que mais se destaca dentre aqueles comercializados sobre os critérios de Comércio Justo e Solidário em todo mundo, sendo que a demanda por cafés da agricultura familiar vem crescendo fortemente, tanto nos EUA quanto na Europa, principais mercados no mundo.
A cerimônia de lançamento foi realizada em Varginha- MG, na sede da Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais (Cocamig), tendo sido empossados a primeira diretoria: presidente, Guido Reguim Filho (União dos Produtores de Cafés Especiais dos Martins – Unipcafem – Varginha); vice-presidente, André Luiz Reis (Cooperativa de Produtores de Café Especial de Boa Esperança (Costas); secretário, Danilo Silva Fernandes (Cooperativa Agropecuária de Produtos Orgânicos de Nova Resende e Região – Coopervitae) e, para tesoureiro, Gilmar Donizete de Oliveira (União dos Pequenos Agricultores de Santana da Vargem – Unipasv).
O evento contou com presença de representantes da Fairtrade Labelling Organizations International (FLO); do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae- MG); Instituto Federal do Sul de Minas (IFSULDEMINAS), Centro de Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG); Fundação Procafé; Prefeitura Municipal de Varginha e do deputado estadual Antônio Carlos Arantes.
Ainda pouco difundido no Brasil, o Comércio Justo e Solidário, mundialmente tratado por Fair Trade, é reconhecido como sistema comercial baseado em parcerias entre consumidores e produtores de base familiar, que devem estar organizados em associações. Por se tratar de um sistema de certificação, existem normas e procedimentos que, se atendidos, garantem um preço mínimo ao produto, cuja renda deverá ser destinada ao agricultor e também a projetos comunitários.
Juntando forças
O cenário mercadológico mundial aponta o Brasil como o país que poderá atender a crescente demanda por esses tipos de cafés, pois outros fornecedores tradicionais já estariam no limite de oferta ao mercado. No Brasil, de acordo com o senso do IBGE de 2006, mais de 38% da produção de café é produzido em pequenas propriedades, o que equivale dizer que entre 13 a 15 milhões de sacas de café brasileiro são cultivadas por cafeicultores familiares.
Porém, não basta o café ser cultivado em pequenas propriedades, faz-se necessária a união entre os cafeicultores e que o produto apresente padrão físico e sensorial de acordo com as exigências de mercado. Nesse ponto, entram as instituições de classe e de apoio aos agricultores, as universidades, e empresas de pesquisa e extensão rural. A BR FAIR nasce com a responsabilidade de articular as ações políticas e comerciais dos grupos de produtores de cafés que atuam sobre a égide Fair Trade, buscando valorização, rentabilidade e melhores condições de vida no campo.
Fonte: Polo de Excelência do Café