Organização Internacional do Café aponta pressão sobre safra brasileira do produto

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A volatilidade marcou o mercado internacional de café no mês de outubro e as condições da cafeicultura podem provocar pressão sobre a safra do Brasil. A previsão consta de relatório mensal da Organização Internacional do Café (OIC). Para a entidade, "vários grandes produtores estão enfrentando potenciais contratempos na produção, o que coloca muita pressão sobre a safra do Brasil de 2016/17".

O relatório mensal da OIC divulgado na tarde desta terça-feira (10) em Londres, destaca o sobe-e-desce dos preços do café no mês passado. No início de outubro, nas palavras da OIC, o preço do grão "brilhou" diante da expectativa de menor volume de chuvas no Brasil e preocupações sobre o crescimento da safra 2016/17. Com isso, o indicador de preço da entidade chegou a subir quase 9% no decorrer do mês. "No entanto, enquanto o real brasileiro se desvalorizava novamente ante o dólar dos Estados Unidos e a chuva começou a aparecer, o mercado mudou e passou a cair", diz o relatório.

Mesmo assim, o preço médio do mês de outubro ficou 4,7% maior que o observado em setembro, nota a entidade. "Mas a tendência negativa observada ao longo do último ano parece que ainda prevalece". A OIC nota que há "potenciais contratempos" em vários grandes produtores. A entidade observa que a falta de chuvas resultante do El Niño pode reduzir a produção no próximo ano em países como Indonésia e Vietnã.

Esse possível revés na produção, diz a entidade, tende a gerar pressão sobre a safra brasileira de 2016/17. A entidade reconhece, porém, que não necessariamente isso levará o mercado a uma tendência generalizada de alta dos preços. Argumenta também que o grão tem acompanhado outras commodities que têm sofrido com o aumento da volatilidade no mercado financeiro diante da desaceleração da economia da China e com a política monetária nos Estados Unidos. "É importante, portanto, ter em mente que os fundamentos de oferta e demanda não são os únicos fatores que afetam o mercado de café."

Exportações
O volume mundial de exportações de café caiu pela primeira vez em cinco anos, segundo o relatório mensal da OIC. Os embarques dos grãos brasileiros, ao contrário, cresceram na safra 2014/15 e atingiram novo recorde histórico. De acordo com o documento, as exportações globais de café na safra 2014/15 alcançaram 110,7 milhões de sacas, volume 3,1% menor que no período anterior. "Essa é a primeira queda anual no volume de exportações em cinco anos", destaca a entidade.

Por grão, o embarque dos arábicas caiu 1,9% e dos robustas recuou 4,9%. Em compensação, os suaves colombianos tiveram alta de 11,6%. Por países, o Brasil não seguiu a tendência mundial e viu aumento de 1,8% na comparação com o resultado de 2013/14 com exportações de 36,3 milhões de sacas no período, novo recorde do país. Entre os demais grandes produtores, o Vietnã teve forte queda de 19,2% e a Colômbia cresceu 13,3%.

Produção
A entidade divulgou, ainda, que a produção estimada da safra 2014/15 foi ajustada ligeiramente para 143,3 milhões de sacas, volume 2,3% menor que o período anterior. O ajuste, segundo a entidade, aconteceu pela atualização dos números da Colômbia, que terminou o período com estimativa de produção de 13,3 milhões de sacas.

Fonte: Estadão Conteúdo

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