Opções para o tratamento da água na produção de café cereja descascado
Foto: Alexia Santi/Agência Ophelia
Realizado pelo Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas(Sebrae), em parceria com a Associação dos Produtores, o Programa atua desde a lavoura até o produto final. No Sítio Santa Ana de Joaquim Távora (PR), utiliza-se o tratamento da água com plantas filtradoras. Após ser usada para processar o café, a água passa por um primeiro filtro para a separação do resíduo sólido. Depois, segue para reservatórios onde é controlado o PH.
Após um processo de sedimentação e homogeneização, a água é absorvida por plantas altamente filtradoras. Depois de filtrada, a água já pode ser descartada corretamente na natureza. De acordo com o produtor Edson Carvalho, antes do Programa os agricultores gastavam de R$ 100,00 a R$150,00 ao dia para transportar a água utilizada até os cafezais. Hoje, o valor é de, no máximo, R$5,00 ao dia.
“Para mim foi uma novidade. Agora eu trabalho com o café cereja descascado e consigo tratar a água. Foi a melhor coisa que me aconteceu”, disse Carvalho.
Já no Sítio Dois Irmãos, em Tomazina (PR), o sistema implantado para gerar economia foi o de recirculação da água, sistema composto por peneiras, caixas e filtros. Depois de filtrada, a água é bombeada de volta e reutilizada para lavar o café. Segundo o produtor Orlando Aparecido Palmas, o projeto diminuiu, em média, 70% do consumo de água: “a gente trabalhava com a via úmida e gastava cerca de 10 mil litros de água por dia. Com a recirculação estamos gastando de 3 a 4 mil litros, dependendo das horas trabalhadas”.
Nesse sistema, a água que não pode ser utilizada na máquina recebe outro tratamento para ser usada na lavoura ou nas pastagens, em forma de irrigação, pois não contamina o ambiente.
Outra alternativa de tratamento envolve o uso de um biodigestor com geração de biogás a partir dos resíduos. Após ser usada para lavar e descascar o café, a água recebe cal para regular o PH, que tem que estar entre 6,5 e 7,0, e só depois segue para o biodigestor. Para o cafeicultor José Francisco da Silva, de Congonhinhas (PR), o Programa é bem vantajoso e diminuiu a compra de gás, que antigamente era realizado no mercado.
“Depois de medir a água, ela passa pelo biodigestor e sai na natureza em forma de gás. O gás aumenta mais na época da colheita, que usa a água do descascador, mas depois desse período funciona também”, disse Silva.
Da redação do Café Point