NY ganha peso no preço doméstico

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A bolsa de Nova York, onde são negociados os cafés arábicas, passou a ser mais representativa na formação dos preços do produto, sobretudo no mercado físico doméstico, segundo Guilherme Braga, diretor-geral do Cecafé. "Antes não valia a pena entregar café em bolsa porque o preço pago pelo mercado era muito maior. Hoje já vale a pena", avalia. Praticamente desde 2009, os cafés de melhor qualidade conseguiam um prêmio muito alto sobre a cotação em Nova York. Para o grão da Colômbia, por exemplo, Braga cita que os diferenciais chegaram a cerca de 70 centavos de dólar por libra-peso.

Os prêmios mais altos decorriam da oferta reduzida de café de países da América Central e da América do Sul, como a Colômbia. Mas esses diferenciais caíram muito nos últimos dois meses, refletindo uma recuperação da oferta de alguns destes países e expansão de outros, como o Brasil. Segundo o Cecafé, cerca de 20% a 25% das exportações brasileiras de café arábica são dos grãos "diferenciados", ante uma participação de 8% a 10% em anos anteriores.

Os cafés de melhor qualidade sempre têm um diferencial, mas agora estão mais próximos ao valor da bolsa. No caso da Colômbia, os prêmios caíram para dois a três centavos, observa Braga. Além disso, os cafés mais antigos certificados no estoque na bolsa começaram a ser mais usados, o que também contribuiu para a queda dos prêmios.

Com o clima adverso no ciclo 2012/13, os diferenciais para o café brasileiro, que tradicionalmente eram negativos (descontos) em 20 a 18 centavos de dólar a libra-peso, ficaram mais estreitos – 8 a 10 centavos, segundo Thiago Cazarini, proprietário da corretora Cazarini.

Ele conta que quando os prêmios do café colombiano recuaram, o Brasil tinha de seguir a tendência, mas os preços continuam descolados da realidade. "O grão brasileiro está cotado de 5 a 7 centavos de dólar mais alto do que os compradores estão dispostos a pagar".

Fonte: Valor Economico

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