Nova York encerra semana de poucos negócios

Os contratos futuros de café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) encerram a semana sem grandes novidades, com os poucos negócios concentradas nas mãos de especuladores. Hoje vencem as opções para janeiro de 2011.

De acordo com um corretor da Icap do Brasil, os futuros de café mantiveram ontem um padrão desde a abertura, com baixa volatilidade, em um mercado bem morno. Nova York teve negócios concentrados nas mãos de especuladores. Isso porque alguns participantes do ramo, como as indústrias, estão em situação confortável com as compras já efetuadas pelo menos até fevereiro de 2011. "A demanda é fraca e eles (indústria) não vão querer comprar a qualquer preço", diz.

Em contrapartida, o produtor já vendeu boa parte da safra a preços remuneradores. "Os vendedores estão tranquilos, sem pressa para negociar", acrescenta fonte. Os contratos fecharam ontem mistos, com o vencimento para março/11 encerrando em leve baixa de 10 pontos, ou 0,05%, cotado a 204,55 cents. O contrato marcou máxima de 206,90 cents (mais 225 pontos). A mínima foi de 204,10 cents (menos 55 pontos).

Graficamente, os contratos têm suporte a 202 cents e 197 cents. A resistência é de 207,50 cents e 211,50 cents.

Hoje à tarde será divulgado relatório da Commodity Futures Trading Commission (CFTC) com posicionamento de traders no mercado de café da ICE, referente à semana encerrada no dia 7. No relatório anterior, do dia 30 de novembro, os fundos de investimento estavam com saldo líquido comprado de 33.178 lotes. Considerando futuros e opções, o saldo líquido era de 23.765 lotes.

Atenção continua a ser dada ao comportamento do dólar. No começo da tarde, rumores de que a oposição ao governo da Irlanda pode votar contra a ajuda financeira oferecida ao país derrubaram o euro para menos de US$ 1,32 e enfraqueceram bolsas e commodities. Também existe expectativa de uma possível elevação dos juros na China neste fim de semana.

A ICE anunciou ontem que aceitará a entrega de café brasileiro cereja descascado (semi-lavado). A medida, no entanto, valerá apenas para contratos ainda não cotados na Bolsa, o que equivale a março de 2013. Segundo analistas, a possibilidade de entrega em Nova York é um reconhecimento da qualidade do produto nacional.

De acordo com analistas, também deve ser considerado que o mundo passa por aperto na oferta de grãos lavados, em particular da Colômbia e da América Central, que enfrentam problemas em suas lavouras, principalmente de ordem climática. Isso levou a um aumento dos preços desse tipo de grão, que o cereja descascado brasileiro pode substituir com a vantagem de preço mais competitivo.

Os contratos futuros de café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) operavam há pouco em queda, com janeiro/11 recuando 0,53% (10 dólares), a 1.894 dólares/t. Ontem Na sexta-feira, os contratos fecharam em alta. Janeiro/11 subiu US$ 42 ou 2,23%, para US$ 1.923/t.

EVOLUÇÃO DAS COTAÇÕES DOS FUTUROS NA ICE E NA LIFFE

Fontes: ICE, Liffe e Agência Estado
Mercado físico

O mercado físico de café caminha a passos curtos, com pouco volume de negócios. Os vendedores não cedem, dificultando as vendas, informa um corretor de Santos (SP). No fim do dia, a alta do dólar favorecia o mercado. A moeda norte-americana fechou em alta de 1%, a R$ 1,7090, mas mesmo assim o mercado ficou travado.

O comentário na praça de Santos é de que os preços são praticamente nominais. Café tipo 6, fino, com 12% de catação, era cotado a R$ 370/R$ 380 a saca. Café cereja descascado tinha oferta de comprador entre R$ 425/R$ 430 a saca. O vendedor pedia R$ 435/R$ 440 a saca.

Os pesquisadores do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) informam que as vendas seguem calmas no mercado interno de arábica. A procura está firme pelos melhores cafés, porém, poucos são os lotes colocados à venda. O indicador Cepea/Esalq do arábica tipo 6, bebida dura para melhor, posto na capital paulista, fechou a R$ 365,23 a saca, aumento de 0,5% em relação ao dia anterior.

Conforme apurou o Cepea, os preços do café robusta seguem relativamente firmes no mercado brasileiro. Os negócios envolvendo a variedade, no entanto, têm sido poucos. Apesar da demanda aquecida, vendedores do Espírito Santo estão retraídos, à espera de preços mais altos.

O indicador Cepea/Esalq do robusta tipo 6, peneira 13 acima, ficou em R$ 189,74 a saca, ligeira alta de 0,3% em relação ao dia anterior. O tipo 7/8, bica corrida, fechou a R$ 182,10 a saca, avanço de 0,9% no mesmo período – ambos a retirar no Espírito Santo.

EVOLUÇÃO DOS PREÇOS NO MERCADO FÍSICO E NA BM&F

Fontes: Cepea-Esalq/BM&F e Agência Estado