Nova técnica de secagem reduz custos da cafeicultura

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A nova técnica para secagem do café conilon surgiu a partir de uma parceria firmada entre o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e a Universidade Federal de Viçosa (UFV), no sentido de contribuir para sustentabilidade da cultura no Espírito Santo. A alternativa é realizar a poda antes da colheita para que o processo natural se conclua dentro da propriedade, abreviando os impactos ambientais, diminuindo custos e aumentando a qualidade do produto final.

Técnico de pesquisa do Incaper e chefe da fazenda experimental de Venda Nova, Aldemar Polonini Morelli, explica que os ramos devem ser podados com os frutos maduros e levados para o terreiro. Após serem amontoados em leiras com cerca de um metro de largura por um metro e 20 centímetros de altura, o revolvimento não é necessário. Apenas uma cobertura que preserve o material da umidade já é suficiente para completar o procedimento, que pode variar de 20 a 30 dias dependendo do clima local. Ao final, o café é trilhado mecanicamente e por meio de varas. Outra opção viável é secar o café sobre lonas em meio aos corredores ou secadores de terreiro híbrido.

O projeto se fundamenta nas necessidades econômicas e ambientais vividas pelos cafeicultores de base familiar da região. A indisponibilidade de unidades de secagem faz com que eles recorram aos secadores de terceiros, expondo a colheita a um baixo padrão qualitativo e práticas inadequadas como antecipar a retirada dos frutos verdes para completar o enchimento de um secador. À medida que possibilita melhores condições de regeneração às plantas, essa antecipação da poda aumenta também a produtividade. Já a queda do custo produtivo está diretamente ligada à redução de mão-de-obra na atividade — pondera.

Além de conduzidos nas fazendas experimentais de Venda Nova e Marilândia, os experimentos de campo foram implementados na unidade de pós-colheita da UFV, em Minas Gerais. Morelli conta que a colaboração entre as instituições deu origem ao desenvolvimento de uma máquina para trilhagem do café ainda nos ramos. Ele enfatiza a importância dessa interação para capacitar profissionais do Incaper através do programa de treinamento.

Estaremos viabilizando a difusão tecnológica a partir desse ano. Temos produtores começando o trabalho nos municípios de Conceição do Castelo e Castelo, na região Centro-Sul do Espírito Santo, mas ainda não temos números exatos — revela.

Fonte: Ascom Incaper

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