Modo de produção de café no Paraná precisa ser revisto

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Para não perder uma história de tradição no setor cafeeiro no Paraná, a alternativa está na revisão do modo de produção. A afirmação é do economista da Secretaria Estadual de Agricultura e Abastecimento (Seab), Paulo Sérgio Franzini, que aponta a atuação da Associação de Cafés Especiais do Norte Pioneiro do Paraná (Acenpp) como referência. "Os produtores estão se estruturando, produzindo um café diferenciado, buscando certificação. É uma iniciativa importante e fundamental e que não está vinculada ao governo do Estado", analisa.

Alternativas de produção como a da Acenpp, acrescenta o economista, são fundamentais para se tentar diminuir o êxodo de produtores do segmento. Geada forte em 2000 e uma sequência de preços baixos afetaram o setor. Dados da Seab apontam que no ano 2000 havia 170 mil hectares de cafés plantados no Paraná. Dez anos depois, a área caiu para quase 90 mil hectares. "Com tantos problemas, o produtor está desestimulado", lamenta Franzini.

Em 2007, a secretaria deu um passo para alavancar o setor. Por meio do Plano de Apoio ao Plantio de Café, a expectativa é pelo menos manter a área produtiva. "A intenção é estancar essa redução e estimular a busca pela qualidade, tecnificação e melhores formas de se comercializar o produto", pontua. Nesse sentido, na sua opinião, a Acenpp é um exemplo a ser seguido.

"Hoje tem que se buscar a qualificação", ressalta, citando a importância da certificação de um produto e apontando que hoje o produtor precisa pensar em produzir pelo menos 30% de café especial. "Quando o produtor recebe a certificação, não é apenas o produto em si que está sendo qualificado, indica a adequação da propriedade em diversos setores", conclui.

E confirma que a cafeicultura do Paraná está vivendo um novo momento, tem passado por mudanças voltadas para a mecanização e certificação. Franzini ressalta a importância da tecnificação para diminuir a utilização de mão de obra, melhorar a eficiência e reduzir custos. E observa que Estado tem apoiado os produtores na área de pesquisa e tecnologia.

Produção

Segundo levantamento do Deral, a previsão de produção de café para a safra 2010 no Paraná é de 2,1 milhões de sacas, com produtividade média de 25,5 sacas por hectare. A área total este ano é de 94,1 mil hectares, com expectativa de colheita de 2,2 milhões de sacas de 60 quilos. O consumo dos paranaenses, por sua vez, é de 3 a 4 milhões de sacas ao ano. O Norte Pioneiro representa 50% da produção, seguido do centro 35% e noroeste 10%. Em 2009, o Paraná ficou em quinto lugar no ranking de produção. Em primeiro está o Estado de Minas Gerais, seguido do Espírito Santo, São Paulo e Bahia.

Fonte: Folha de Londrina

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