Minas Gerais vai ter inventário quantitativo e qualitativo do parque cafeeiro

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Se fosse um país, Minas Gerais seria o maior produtor de café do mundo. Com mais de um milhão de hectares plantados, o Estado é responsável por aproximadamente 50% da safra brasileira. O café é o principal produto de exportação do agronegócio mineiro e é vendido para mais de 60 países do mundo. 

Porém, exceto o número de sacas armazenadas e exportadas pelo Estado, não existem números confiáveis sobre o tamanho do parque cafeeiro e sobre os diferentes sabores e amoras que um café mineiro pode oferecer.

Agora, um projeto ousado de mapear a quantidade de lavouras e a qualidade do café mineiro será iniciado com investimentos de 4,5 milhões de reais, oriundos da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (F apemig), com apoio da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento e do Fundo Estadual do Café, recentemente criado pelo Governo de Minas.

O Geoportal do Café: Inventário Quantitativo e Qualitativo da Cafeicultura em Minas Gerais será coordenado pela equipe do Laboratório de Estudos e Projetos em Manejo Florestal – Lemaf, da Universidade Federal de Lavras (UFLA), com a parceria de órgãos e instituições de referência no Estado.

O lançamento oficial do projeto foi feito durante o seminário realizado na Universidade, que reuniu secretários de Estado, deputados estaduais e federais, prefeitos da região e representantes de instituições públicas e privadas. O termo de apoio ao projeto foi assinado pelo secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, pelo secretário-adjunto de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Pau lo Afonso Romano, e pelo reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, que será o coordenador do projeto.

Além do Geoportal do Café, foi assinada a ordem de serviços que dá início às obras estruturantes na Universidade, que somam 65 milhões de reais, entre elas o Parque Científico e Tecnológico de Lavras – Lavrastec, um dos seis parques tecnológicos previstos no âmbito do Projeto Estruturador – Rede de Inovação Tecnológica (RIT), projeto estratégico da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes). Em uma área total de 78.805,30 m2, a obra total tem investimento previsto de 38 milhões de reais.
Também já tiveram início as obras da Agência de Inovação do Café, com custo estimado de R$ 2 milhões, sendo R$ 1,2 milhão dos recursos oriundos da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), por meio do programa Inovaminas, e R$ 800 mil da UFLA.

Geoportal do Café  
O projeto terá a coo rdenação do reitor da UFLA, professor José Roberto Scolforo, responsável pelos projetos que deram origem ao Zoneamento Ecológico do Estado de Minas Gerais (ZEE), Zoneamento Ecológico do Estado do Espírito Santo e ao Inventário, Mapeamento e Monitoramento da Flora Nativa e dos Reflorestamentos no Estado de Minas Gerais.

De acordo com Scolforo, o Geoportal do Café vai subsidiar a definição de regiões produtoras homogêneas e a previsão de safra, visando à elaboração de micropolíticas territoriais de acordo com as diretrizes de planejamento estratégico do Estado. “O levantamento de aspectos quantitativos e qualitativos vai permitir ao setor cafeeiro uma perspectiva global sobre a realidade da cafeicultura no Estado, amparando políticas públicas voltadas à competitividade”, enfatizou.

O secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Narcio Rodrigues, ressaltou a importância da organização do setor em torno de projetos com po tencial de impactar de forma efetiva a economia do Estado. Ele destacou a aglutinação de forças em torno da cadeia produtiva do café, que resultou na instalação do Polo de Excelência do Café, projeto lançado em 2007 e sediado na UFLA, que deu suporte aos projetos para a construção da Agência de Inovação do Café e o Geoportal do Café, iniciativas que têm o apoio e participação da Universidade.

Para o secretário-adjunto de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, professor Evaldo Vilela, o Geoportal do café vai possibilitar uma estimativa mais apurada das safras no Estado, além de apresentar um diagnóstico da qualidade do café mineiro, propiciando a oferta de cafés com valor agregado. “O projeto será desenvolvido na UFLA, instituição de referência em pesquisa cafeeira, que também sediará a Agência de Inovação do Café, dando um salto de inovação e de inteligência para um setor estratégico para a economia do Estado”, afirmou.

O gerente executivo do Polo de Excelência do Café, Edinaldo José Abrahão, também comemora o início do projeto, que vai mapear e dimensionar todo o parque cafeeiro do Estado, em termos de tamanho, estratificação, número de propriedades e qualidade do café produzido. “Vamos mapear toda a cafeicultura, todas as propriedades, microrregiões, características de café produzido em cada região e, com essa base, esperamos chegar a uma metodologia científica de estimativa de safra. É um projeto que vai ter uma repercussão enorme em toda a cafeicultura, que é o segundo produto em termos de riqueza do estado. Então é um projeto que vai dar uma contribuição econômica e social muito grande”, disse.

O evento contou com a presença do secretário de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação, Narcio Rodrigues; secretário de Estado de Transportes e Obras Públicas, Carlos Melles; secretário de Estado de Desenvolvimento Regional e Política Urbana d e Minas Gerais, Bilac Pinto; secretário-adjunto de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, professor Paulo Romano; e o secretário-adjunto de Ciência, Tecnologia e Inovação, professor Evaldo Vilela. A mesa de abertura dos trabalhos teve a presença do deputado federal Reginaldo Lopes e dos deputados estaduais Fábio Cherem e Antônio Carlos Arantes.

Fonte: Planeta Universitário

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