Minas Gerais: maior produtor de café e leite

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Minas responde por mais de 50% da produção de café do Brasil, que é o maior produtor mundial de café, e cerca de 27% da produção nacional de leite. Na região de Três Pontas, uma das principais produtoras de café do sul do Estado, a integração café com leite pode contribuir na sustentabilidade da propriedade cafeeira.

Novas tecnologias para o desenvolvimento dessas atividades foram apresentadas durante dia de campo realizado no Campo Experimental da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (EPAMIG). Pesquisadores da EPAMIG apresentaram produtos para manejo do mato na lavoura de café, técnicas de poda do cafeeiro, método de ensilagem do milho, melhoramento genético, além de tecnologia para redução de custo na higiene da ordenha.

“A busca por sistemas sustentáveis na produção de leite, que tem apresentado crescimento no Brasil, além de novas tecnologias para atividade são necessários para a evolução da pecuária leiteira”, ressalta o presidente da EPAMIG, Rui Verneque, que apontou os avanços proporcionados pelo melhoramento genético animal. Ele apresentou novidades em seleção e em cruzamento animal e orientou sobre a necessidade de o produtor rural compreender a prática de seleção do seu gado, evitando erros que podem comprometer o sucesso da atividade.

Para Elias Fernandes, cafeicultor há mais de 10 anos, a atividade leiteira é recente em sua propriedade familiar em Três Pontas. Ele conta que o sogro o incentivou na criação de gado. “Estou em busca de novos métodos e técnicas para aumentar a produção de 90 para 150 litros/dia”, conta. Ele conta que outro desafio é fazer a gestão de despesas e receitas do leite, assim como ele já faz da sua produção de café. “Em três meses já conseguimos mecanizar a ordenha do nosso rebanho de vacas Girolando”, comemora. Elias conta que a venda do leite, através de cooperativa, tem sido importante fonte para a manutenção cotidiana da fazenda.

Para o presidente do Sindicato Rural de Três Pontas, Gilvan Mesquita, também cafeicultor, a produção de leite na região reduziu em função de fatores como a falta de gestão da atividade. “É uma situação que acaba levando o produtor a sentir a baixa remuneração do leite e torna a cafeicultura mais atraente”, afirma.

Elias Fernandes, produtor de café em Três Pontas, iniciou-se na atividade leiteira em busca de diversificação de renda em sua propriedade. Foto: Erasmo Reis – EPAMIG 

Cafeicultor atento à poda

De acordo com o pesquisador da EPAMIG Rodrigo Luz da Cunha o início das chuvas pode ser um momento favorável para poda de lavouras de café, mas é preciso estar atento a características como falhas no talhão, espaçamento e adaptabilidade da variedade à região. “Estudos mostram que a poda de lavouras depauperadas no início das chuvas, tem uma resposta melhor, em termos do número, crescimento e vigor das brotações. Já em lavouras em bom estado vegetativo, o ideal é que a poda seja realizada logo após a colheita”, explica. Ele acrescenta ainda que fenômenos como geadas severas também podem motivar podas.

Higienização na produção leite

Aquecedor solar de baixo custo (ASBC) pode ser alternativa sustentável para higienização na produção leiteira. Equipamento alternativo, desenvolvido pela instituição Sociedade do Sol e adaptado pelo pesquisador da EPAMIG Daniel Arantes, é usado também para aquecimento de água para uso doméstico e propõe redução do consumo de energia elétrica.

Nas propriedades rurais é possível aquecer água para limpeza da ordenha, dos laticínios e outros locais da produção leiteira. De acordo com o pesquisador, a tecnologia foi implantada em caráter experimental em queijaria da Serra da Canastra e será difundida também na região do Campo das Vertentes. “A água quente, que inclusive pode ser captada da chuva, aumenta muito a eficiência da remoção, principalmente, de gordura dos resíduos de leite nos utensílios de ordenha e nas queijarias da agroindústria familiar”, explica. Daniel ressalta a importância do isolamento do reservatório de água quente: “é fácil aquecer a água, difícil é mantê-la quente até o momento de uso”, afirma o pesquisador que orienta ainda sobre a possibilidade de o equipamento ser feito com lã de vidro, espuma de poliuretano e serragem.

O custo dos materiais para fabricação do ASBC, que podem ser encontrados em loja de material de construção, é cerca de R$ 100 para cada 100 litros de água, além da caixa de água. Informações sobre o projeto e o vídeo-aula para montar o equipamento podem ser obtidas no site da Sociedade do Sol: http://www.sociedadedosol.org.br. Em Belo Horizonte, há ofertas de cursos rápidos para aprender a fabricar e instalar. Essas informações estão disponíveis através do site: sitegerasolbh.com.br.

Fonte: Epamig via Rede Social do Café

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