Mercado cafeeiro finaliza operações na quinta-feira registrando boa valorização
O mercado cafeeiro finalizou as operações nesta quinta-feira registrando boa valorização. Em N.Y. a posição dezembro atingiu máxima de + 6,75 pontos fechando com +4,25 pts. As cotações romperam a barreira dos 200 cents/lb maior marca registrada desde 18 de setembro de 1997.
O estímulo veio de preocupações com o clima, agravadas por uma disputa entre os traders para garantir abastecimento. A evidente escasses de café arábica no mercado global há anos e os futuros estão acompanhando os preços elevados que têm prevalecido nos portos das Américas do Sul e Central. Desde junho as cotações vêm subindo com ênfase, em virtude das fortes chuvas na América Central que acabaram com as projeções do início do ano, que indicavam produção maior. O clima úmido reduziu a produtividade e a qualidade dos grãos já existentes na região. Algumas torrefadoras, como o Starbucks, já reagiram à alta dos futuros de café e a repassaram para o consumidor da bebida.
O dólar comercial fechou em alta de 1,19% a R$ 1,6950. A valorização da moeda americana seguiu sustentada pela reação d os investidores quanto às novas determinações do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central relativas às margens para negócios com derivativos na BM&FBovespa, que já estão em vigor. O governo fechou a porta da arbitragem entre o juro internacional e o doméstico, que os investidores estrangeiros de curto prazo mantinham há tempos.
As instituições financeiras estão proibidas agora de realizarem operações de "aluguel, troca ou empréstimo de títulos, valores mobiliários e ouro para investidor não residente cujo objetivo seja o de realizar operações nos mercados de derivativos". Outra janela fechada foi a que possibilitava aos estrangeiros que já tinham recursos no Brasil colocarem tais ativos como margem na BM&FBovespa, sem pagar IOF. Para evitar isso, o governo passa a exigir realização de operação de "câmbio simultâneo" (uma entrada e saída contábil de dólares do País), cobrando 6% de IOF toda vez que um estrangeiro deposita margem na Bolsa brasileira, mesmo que o recurso já esteja no País. Como medida complementar, o BC determinou que a BM&FBovespa não aceite carta de fiança como gar antia nas operações de derivativos. Desde terça-feira, também já está valendo a alíquota maior, de 6% de IOF sobre os fluxos de investidor estrangeiro para renda fixa e depósitos de margem para negociações no mercado futuro.
A Comissão Organizadora do 9º Concurso Estadual de Qualidade do Café de São Paulo – Prêmio Aldir Alves Teixeira – divulgou os 11 lotes finalistas. Também foram apresentados os respectivos preços mínimos para o leilão, que foram fixados em função da nota da qualidade global obtida, em uma escala de zero a dez.
Dois produtores já conquistaram para seus lotes preços maiores que os obtidos nos certames anteriores, em virtude da alta qualidade: Márcio Luiz Bergamo Favaro, (nota 9,027), e de João Antônio Garrote (nota 8,978), ambos da Associação dos Produtores de Café Descascado de Piraju e Região (Proced), terão seus cafés vendidos por no mínimo R$ 3.080,00 a saca – oito vezes acima da cotação da BM&FBovespa de dia 20.
Individualmente ou em consórcio, os interessados poderão adquirir uma única saca ou lotes de até 10 sacas. Poderão também comprar quantidades de diferentes lotes. O presidente da Câmara Setorial do Café, Nathan Herszkowicz, informou que as pessoas poderão optar pelos cafés de acordo com a nota de qualidade global, a região, o tamanho do lote e as cara cterísticas gerais.
O resultado do leilão, cujos lances formam o ranking final do concurso, será divulgado dia 5 de novembro, no Museu do Café, em Santos. Durante a cerimônia, serão divulgadas também as empresas compradoras e as três campeãs nas categorias Ouro (maior valor pago por saca), Diamante (maior montante investido na compra) e Especial (maior valor para o Micro Lote). De acordo com Nathan, são cafés excepcionais da safra paulista 2010, avaliados pelos melhores especialistas, e as empresas poderão valorizar ainda mais suas marcas e estabelecimentos, além de agregar valor aos seus produtos. Os cafés adquiridos no leilão formarão a Edição Especial dos Melhores Cafés de São Paulo, que estará à disposição dos consumidores, em embalagens identificadas por selo numerado, a partir da segunda quinzena de dezembro. O interessado no leilão deve preencher a Ficha de Inscrição/Lance Comprador que está no site ( www.sindicafesp.com.br) e enviar por fax (11 3125-3169) ou por e-mail ([email protected]). Quem quiser pode ainda solicitar por telefone (11 3125-3160) o envio desta ficha. O pregão é aberto a indústrias, cafeterias, restaurantes, hotéis, redes de supermercados e pessoas físicas ou jurídicas, de qualquer área. Os lances já podem ser feitos e poderão ser dados até as 17 horas do dia 29 de outubro (sexta-feira).
Fonte: Infocafé – informativo diário da Mellão Martini