Mendonça de Barros apresenta cenário macroeconômico ao CNC

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O economista José Roberto Mendonça de Barros ministrou palestra (assista aqui) aos conselheiros diretores do Conselho Nacional do Café (CNC), ontem (10), abordando os impactos da pandemia da Covid-19 na economia brasileira neste ano, as perspectivas para 2021 e os reflexos nas cadeias produtivas e no financiamento de café e grãos (clique e confira a apresentação).

Ele apresentou os cenários da macroeconomia mundial, pontuando que apenas o PIB da China avançou no segundo trimestre em relação ao mesmo intervalo de 2019 e que a recuperação da economia internacional tende a ser lenta.

Segundo Mendonça de Barros, há duas linhas de análise dos fatores que podem impactar a velocidade da recuperação da economia: a otimista, gerada pelo suporte dado às famílias pelos Tesouros e Bancos Centrais, pela redução da pandemia e a possibilidade de vacinas; e a pessimista, que considera a quebra de empresas e a redução de empregos permanentes, principalmente da “cadeia de hospitalidade”, que se sobrepõe à melhora nos setores de serviços, tecnologia e alimentação.

Em relação ao PIB do Brasil, o economista destaca que nunca houve um ano tão difícil como 2020, em função dos impactos da pandemia da Covid-19. Por outro lado, ele aponta a força do setor agro, que é o único que mantém desempenho positivo no cenário atual.

“Daqui a 10 anos, todas as projeções apontam que quem crescerá para atender ao aumento da demanda mundial por alimentos é o Brasil, devido a espaço territorial, fatores climáticos favoráveis e ao investimento em tecnologia e à consequente elevação de produtividade e produção”, salienta.

A respeito da Selic, que se encontra em seu menor nível histórico a 2%, Mendonça de Barros informa que as perspectivas da estrutura a termo dos juros de longo prazo indicam crescimentos constantes e que dificilmente se verá a taxa básica abaixo dos dois pontos percentuais atuais.

“As projeções para os próximos 10 anos apontam a Selic em evolução constante e se situando próxima a 8% no começo de 2031. Considerando isso, a taxa atual do Funcafé, de até 5,25%, é excepcional”, analisa.

O economista anota, ainda, que é difícil pensar no dólar abaixo do nível de R$ 5 no curto prazo, com a divisa devendo flutuar entre R$ 5 e R$ 5,50. De acordo com ele, com a moeda nesses níveis e a demanda aquecida pelo agro brasileiro, em especial o café, é fundamental que cooperativas e produtores “fixem suas safras futuras” e garantam margens aquecidas no negócio.

A palestra de Mendonça de Barros foi realizada durante Assembleia Geral Ordinária do CNC, oportunidade em que os conselheiros diretores, diante do cenário de pandemia da Covid-19 e suas consequências, optaram por estender o mandato da atual gestão até março de 2021, quando será realizada nova AGO.

Fonte: Ascom CNC