Melhora nos preços pode fazer exportações de café crescerem ainda mais, dizem empresários
Se falarmos apenas do café arábica, principal produto do mercado cafeeiro do Sul de Minas, os números mostram que as exportações dele tiveram um crescimento de 28,6% se comparado ao mesmo mês do ano anterior, com mais de 2,2 milhões de sacas enviadas ao exterior.
Para alguns empresários exportadores da região, existem fatores que são essenciais para que o ritmo continue crescendo gradativamente. O principal deles é a melhora no preço das sacas.
Exportações de café cresceram durante o mês de julho no Brasil — Foto: Cecafé
“Mesmo com a entrada da safra atual, ainda existe muito café remanescente que fica represado por conta da baixa dos preços. Já com a melhora dos preços, os produtores voltam a vender e nós conseguimos aumentar o volume de exportação”, disse João Francisco Pereira, diretor da Prata Pereira Exportação de Café.
Outro fator importante que reflete diretamente na exportação do grão, assim como na venda interna, é a necessidade de se fazer o capital do produtor. Como o café não é um produto perecível, ele pode guardar a mercadoria e ao longo do ano ir dissolvendo conforme sua necessidade.
“É época de colheita, o produtor precisa de mais dinheiro. É época de chuva, ele precisa de mais insumos, precisa adubar a lavoura, consequentemente gasta mais dinheiro também. Às vezes o preço não está bom, mas a necessidade faz com que ele coloque o produto no mercado, o que ajuda a agregar volume de exportação”, concluiu o empresário.
Em julho, 3,2 milhões de sacas foram enviadas ao exterior — Foto: Luiz Valeriano / Ascom CCCMG
Crescimento do consumo mundial
Um fator que já tem contribuído bastante para o crescimento da exportação é o aumento do consumo mundial. Segundo o Centro do Comércio de Café de Minas Gerais (CCCMG), o consumo do grão no mundo tem subido pouco mais de 2% ao ano.
Hoje são consumidas cerca de 160 milhões de sacas de café no mundo, mas se acrescentarmos os 2% a mais por ano, o aumento seria de mais de 3 milhões de sacas a cada 12 meses. Em aproximadamente 10 anos, o consumo pode ultrapassar os 200 milhões.
“Este número tem relação direta com as exportações do país, que vem em crescente também. O que é bom, mas o preço baixo para o lado do produtor é muito ruim. Achar esse equilíbrio entre rentabilidade do produtor e exportação depende de uma série de fatores”, disse o presidente do Centro de Comércio de Café, Archimedes Coli Neto.
Aumento em relação ao mesmo período do ano passado foi de 28,2%. — Foto: Luiz Valeriano / CCCMG
Fonte: G1 Sul de Minas (Por Filipe Martins e fotos de Luiz Valeriano / CCCMG)