Maior procura eleva em 10% o preço do robusta, aponta Cepea

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Os preços do robusta seguiram em alta em janeiro. Nesse cenário, a liquidez interna até aumentou, mas ainda ficou abaixo da expectativa de agentes do setor. No mês, o Indicador CEPEA/ESALQ do tipo 6 peneira 13 acima teve média de R$ 206,21/saca de 60 kg, alta de 10,2% em relação ao mês anterior. Já para o tipo 7/8 bica corrida, a média mensal foi de R$ 197,73/saca, avanço de 10,64% no mesmo período. Na Bolsa de Londres (Euronext.Liffe), o contrato com vencimento em março fechou o dia 31 de janeiro a US$ 2.185/tonelada, avanço de 4,2% em relação ao dia 4 (dia 3 foi feriado em Londres).

Menor oferta e maior demanda impulsionam robusta
Os preços do café robusta estão reagindo no mercado brasileiro. O impulso vem da menor oferta de outros países produtores da variedade e da maior demanda por parte de algumas torrefadoras, que estão desabastecidas. Assim, após um longo período de preços baixos, produtores de robusta estão otimistas com o atual cenário. O robusta tipo 6 peneira 13 acima negociado no Espírito Santo fechou janeiro a R$ 212,15/saca de 60 kg, maior valor desde março de 2009.

Segundo colaboradores do Cepea, após a reação nos preços da variedade, o volume de vendas aumentou, apesar de ainda não ser considerado agitado. Isso porque, apesar de os preços estarem maiores, produtores acreditam em novas altas, fundamentados na oferta que, neste período, já não é tão elevada. Dessa forma, o volume negociado deste grão deve aumentar apenas em caso de novas altas nas cotações.

Quanto ao mercado externo, a safra 2010/11 do Vietnã, maior produtor mundial de robusta, deve ser reduzida. O motivo seria o tempo seco durante o crescimento do café, que resultou em grãos menores para esta temporada. Além disso, a colheita e a secagem foram dificultadas pelas chuvas de novembro a dezembro – as precipitações prejudicaram a qualidade, que ficou abaixo do padrão internacional.

Em Uganda, maior produtor de robusta da África, a produtividade local ficou abaixo das expectativas, segundo notícias da Autoridade de Desenvolvimento de Café do país (UCDA). Com a menor produção, as exportações locais recuaram 1,8% entre outubro e dezembro/10, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. Segundo a UCDA, a tendência é de que o país continue apresentando problemas com a produtividade, devido ao clima adverso e ao aparecimento de pragas. Além disso, algumas áreas produtoras de café em Uganda estão sendo destruídas pela urbanização. 

Evolução histórica — conillon e arábica — em reais por saca

 Mês

Robusta 6

Arábica 6

Dif (Rob-Ará)

Conillon 7/8

jan/10

R$ 173,51

R$ 280,75

(R$ 107,24)

R$ 168,65

fev/10

R$ 168,47

R$ 278,68

(R$ 110,21)

R$ 163,84

mar/10

R$ 173,67

R$ 279,70

(R$ 106,03)

R$ 168,82

abr/10

R$ 158,23

R$ 282,17

(R$ 123,94)

R$ 152,82

mai/10

R$ 160,51

R$ 289,46

(R$ 128,95)

R$ 155,57

jun/10

R$ 168,17

R$ 305,99

(R$ 137,82)

R$ 162,10

jul/10

R$ 171,50

R$ 302,36

(R$ 130,86)

R$ 164,59

ago/10

R$ 171,45

R$ 313,93

(R$ 142,48)

R$ 163,49

set/10

R$ 170,02

R$ 328,23

(R$ 158,21)

R$ 163,09

out/10

R$ 173,81

R$ 327,15

(R$ 153,34)

R$ 165,87

nov/10

R$ 187,14

R$ 355,51

(R$ 168,37)

R$ 178,72

dez/10

R$ 192,83

R$ 387,01

(R$ 194,18)

R$ 184,76

jan/11

R$ 206,21

R$ 433,34

(R$ 227,13)

R$ 197,73

Fonte: Cepea/Esalq USP — Elaboração: P1 Agência de Notícias

 

 

 

 

Fonte: Cepea/Esalq USP

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