Lideranças da cafeicultura querem resposta para preço mínimo da saca e parcelamento das dívidas

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O Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha, representado por seu presidente Arnaldo Bottrel Reis, participou quarta-feira (17) de uma reunião com lideranças da cafeicultura, dentre sindicais, cooperativistas, Conselho Nacional do Café – CNC, Federação da Agricultura e Pecuária de Minas Gerais – Faemg, Associação dos Sindicatos do Sul de Minas – Assul e Associação Nacional dos Sindicatos Rurais das Regiões Produtoras de Leite e Café – Sincal. O encontro que ocorreu na Cooxupé, em Guaxupé tinha o objetivo de discutir uma maneira de obter respostas em relação às propostas emergenciais da safra de 2010 entregues há cerca de 45 dias ao Ministério da Agricultura.

Arnaldo, em seu discurso, lembrou que dentre as reivindicações está o parcelamento em 20 anos do endividamento do produtor rural, a qual conta na “Carta de Varginha”. “A ‘Carta de Varginha’ e a ‘Carta de Guaxupé’ têm que ser entregues juntas às mãos do ministro Wagner Rossi para mostrar que a classe está unida e precisa de soluções. Como representantes dos produtores rurais temos que insistir com as autoridades e trazer resultados para não perdemos a safra deste ano, vendendo as sacas a preços baixíssimos”.

Dentre as reivindicações está a proposta para retirar 20 milhões de sacas por meio de um programa especial de comercialização de safras e passar cinco milhões de sacas para um programa de opções públicas, no caso leilões, para pode retirar café do mercado. E também é pedido a elevação do preço mínimo da saca de café a R$ 261.

Breno Pereira de Mesquita, presidente do CNC, esclarece que houve uma demora para que os técnicos do Ministério da Agricultura analisassem a proposta e dessem continuidade. “Ou seja, fazer o voto, encaminhar para o Ministério da Fazenda, e nessa negociação, encaminhar até o fim do mês ao Conselho Monetário Nacional, a fim de ser aprovada e tornar resolução”.

Para ele, a maior emergência é que o produtor rural se já financiado, não o deixando vender as sacas de café no início da safra, porque o preço é baixo. “Precisamos monetizá-lo para que ele possa ordenar a sua colheita e vender em momentos propícios. É uma decisão do produtor, mas obrigação das lideranças buscar mecanismos para que ele possa fazer opção pensando na renda e não no desembolso”.

Sincal e Assul se uniram para lutar por uma mesma causa: a do produtor rural. Para Arnaldo, que além de presidente de sindicato também é vice-presidente da Sincal, as cooperativas têm que ser mais firmes para poder cobrar soluções da CNC. Assim como os sindicatos já vêm cobrando as cooperativas. “Nós representantes temos que nos manter unidos para alcançarmos nosso objetivo. Ao mesmo tempo temos que ser organizados para que nossas exigências sejam aceitas em Brasília”.

José Fischer, diretor da Cooparaíso, alertou que faltam três meses para início da campanha eleitoral. “Se nós não conseguirmos respostas neste período, durante o período eleitoral, ninguém mais vai resolver. E depois, até montar ministério…”.

O Banco do Brasil começou a abrir as portas aos produtores rurais. Está oferecendo dez anos isolados para pagamento das dívidas, com juros de cerca de 11% ao ano. Há a possibilidade ainda de as dívidas serem pagas com sacas de café ao preço mínimo de R$ 261. A expectativa é que demais bancos também adotem à iniciativa.

João Roberto Puliti, diretor da Faemg, lembra que a proposta é uma maneira de assegurar a safra grande deste ano, sem esquecer o endividamento. “Todo o movimento pela cafeicultura que aconteceu ano passado em Varginha, com a redação da carta, está em pauta e vamos trabalhar para que possa trazer tranquilidade futura ao produtor”. Ele ressalta que a situação é emergencial e os representantes temem que a safra seja transferida para o exterior, e os cafeicultores continuem com os bolsos vazios.

Embora tenha ocorrido a mudança de ministro, a equipe continua a mesma. Ela conhece o assunto, mas acredita-se que estão atrasando o processo para os benefícios reivindicados de imediato. A expectativa de safra para este ano em Varginha é de 180 mil sacas. A colheita está atrasada.

* Luana Lara

Fonte: Assessoria de Comunicação Sindicato dos Produtores Rurais de Varginha

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